Cereais? Responsabilidade de desminar portos é da Ucrânia, diz Lavrov
Na sua ótica, a Rússia já terá feito os "compromissos necessários", pelo que é isenta de responsabilidade.
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Mundo Ucrânia/Rússia
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, disse, esta quarta-feira, que a responsabilidade de desminar os portos recai sobre a Ucrânia, no sentido de retomar a exportação de cereais.
Na sua ótica, a Rússia já terá feito os "compromissos necessários", pelo que é isenta de responsabilidade.
"Afirmamos diariamente que estamos prontos para garantir a segurança dos navios que saem dos portos ucranianos e se dirigem para o estreito do Bósforo; estamos prontos para fazer isso, em parceria com os nossos colegas turcos", disse o responsável, citado pela agência Reuters, após conversações com homólogo turco, Mevlüt Çavuşoğlu, em Ancara.
"Para resolver o problema, é apenas necessário que os ucranianos deixem os navios saírem dos portos", quer desminando-os ou delimitando corredores seguros. "Nada mais é necessário", complementou, acusando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de ter “recusado categoricamente” fazê-lo.
"Se agora mudaram de posição, do nosso lado não há complicações. Veremos como é que os acordos preliminares que discutimos ontem e hoje podem ser colocados em prática", afirmou, saudando o apoio da Turquia na procura de uma solução para o problema.
O responsável adiantou também que a ‘operação especial’ da Rússia na Ucrânia está a correr de acordo com os planos, acrescentando que as conversações de paz terão de ser retomadas, antes de qualquer encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo ucraniano.
Recorde-se que o ataque russo à Ucrânia afetou fortemente as exportações de trigo e de outros cereais, o que, segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a alimentação (FAO, na sigla em Inglês), contribuiu para que os preços dos alimentos tenham subido para máximos dos últimos 30 anos.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou ainda a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados daquela entidade.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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