"O Japão vai procurar manter e fortalecer a ordem internacional baseada no Estado de Direito, enquanto coopera para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas cumpra o papel esperado", reagiu num comunicado o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Yoshimasa Hayashi.
Tóquio "vai continuar a participar ativamente na reforma" do organismo, acrescentou.
O Japão vai ocupar o lugar temporário por dois anos, a partir de janeiro de 2023, naquela que é a 12.º vez que o faz desde que entrou para a organização, em 1956.
Apesar de celebrar este novo capítulo, Hayashi foi crítico em relação ao funcionamento do Conselho no contexto atual.
"É atualmente incapaz de funcionar efetivamente diante da agressão da Rússia contra a Ucrânia, nem contra as atividades nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, que violam repetidamente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e ameaçam a paz e a segurança do Japão, da região e da comunidade internacional", apontou.
Em maio, o país asiático classificou de "extremamente lamentável" o veto da China e da Rússia a uma resolução para endurecer as sanções contra a Coreia do Norte, em resposta aos recentes testes balísticos.
Além do Japão, os Estados-membros da ONU elegeram na quinta-feira outros quatro países - Equador, Malta, Moçambique e Suíça - para o Conselho de Segurança, sem qualquer surpresa, uma vez que todos concorreram sem oposição.
O voto secreto na Assembleia-Geral de 193 membros resultou em 190 votos para o Equador, 184 para o Japão, 185 para Malta, 192 para Moçambique e 187 para a Suíça.
Suíca e Moçambique chegam pela primeira vez ao Conselho de Segurança.
O Presidente da Suíça, Ignazio Cassi, considerou a eleição "um dia muito importante" para o país, 20 anos após a adesão às Nações Unidas.
Já o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o país vai defender o diálogo e o multilateralismo para a paz no mundo, durante os dois anos de mandato de membro não-permanente.
De acordo com as regras da ONU, mesmo que um país concorra sem oposição, deverá obter os votos de dois terços dos Estados-membros presentes e votantes na sessão da Assembleia-Geral para garantir um assento no Conselho.
Os países recém-eleitos vão juntar-se aos cinco membros permanentes do Conselho com poder de veto - Estados Unidos da América, Rússia, China, Reino Unido e França - e aos cinco países eleitos no ano passado: Albânia, Brasil, Gabão, Gana e Emirados Árabes Unidos.
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