Vinte senadores das duas formações políticas anunciaram a criação de uma estrutura bipartidária em resposta aos tiroteios em massa do mês passado, um pequeno avanço que prevê restrições no acesso a armas e reforça esforços para melhorar a segurança escolar e os programas de saúde mental.
Os líderes dos dois partidos no Senado esperam transformar qualquer acordo em lei rapidamente -- já este mês -- antes que o impulso político esmoreça, na sequência dos recentes tiroteios em massa em Buffalo (Estado de Nova Iorque) e Uvalde (Texas).
Todavia, se o acordo levar à promulgação de legislação, isso sinalizaria uma mudança de anos de massacres com armas que sempre redundaram num impasse no Congresso.
O compromisso hoje alcançado tornaria os registos juvenis de compradores de armas com menos de 21 anos disponíveis quando fossem submetidos a verificações de antecedentes.
Os suspeitos que mataram 10 pessoas em um supermercado em Buffalo e 19 alunos e dois professores em uma escola primária em Uvalde tinham 18 anos, e muitos dos agressores que cometeram tiroteios em massa nos últimos anos eram jovens.
O acordo prevê incentivos financeiros aos estados para aplicarem as chamadas leis de "bandeira vermelha" que facilitem temporariamente a retirada de armas a pessoas consideradas potencialmente violentas e para reforçar a segurança escolar e os programas de saúde mental.
Outras medidas incluem exigir que mais pessoas que vendem armas obtenham licenças de revendedores federais, o que significa que teriam que realizar verificações de antecedentes dos compradores.
Imediatamente após o anúncio do acordo, Joe Biden disse, em comunicado, que o compromisso alcançado "não faz tudo" o que ele achava ser necessário, mas considerou que "reflete passos importantes na direção certa e seria a legislação de segurança de armas mais significativa a ser aprovada no Congresso em décadas".
Dado o apoio bipartidário, "não há desculpas para o atraso, e nenhuma razão para que não deva passar rapidamente pelo Senado e pela Câmara", enfatizou.
O texto não inclui as principais medidas defendidas por Joe Biden e grupos defensores do controlo de armas, como a proibição da venda de espingardas de assalto ou o aumento da idade mínima para a compra de armas semiautomáticas de 18 para 21 anos.
Os Democratas tentaram aprovar leis de controlo de armas nos últimos anos, principalmente desde que um atirador matou 27 pessoas - 20 delas crianças de seis a sete anos - na Sandy Hook High School em Newtown, Connecticut, em 2012, mas os Republicanos e a ala mais conservadora do Partido Democrata sempre bloqueou esse tipo de iniciativas.
[Notícia atualizada às 18h06]
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