A Avtovaz, a principal produtora de carros na Rússia, que produz especialmente a marca russa Lada, está a sofrer com o impacto das sanções económicas e, segundo noticia esta terça-feira a NBC, foi forçada a deixar de incluir nos carros algumas funcionalidades de segurança, como os airbags.
A fábrica encerrou em março, devido aos efeitos das sanções económicas no fornecimento de componentes essenciais mas, graças ao governo permitir que os automóveis circulem sem algumas funcionalidades, voltou à produção.
Os Lada Granta, os novos modelos ligeiros, não terão airbags, sistema de bloqueio de portas automático, controlo de estabilidade eletrónico ou bloqueios de emergência nos cintos de segurança.
No plano ambiental, os carros também vão produzir mais emissões de carbono, o que poderá potenciar que a Rússia falhe nos seus compromissos ambientais
A Avtovaz pertencia à Renault, que vendeu a sua participação na empresa ao estado russo depois da guerra na Ucrânia. A empresa assegurou, em comunicado, que as viaturas são seguras e que permite garantir "a máxima localização possível do carro", ao mesmo tempo que torna possível a produção sem sentir "o impacto da escassez de componentes importados".
"Temos de produzir os carros mais populares e acessíveis do mercado russo, que não dependam destes componentes. Para fazer isto, a empresa, juntamente com as autoridades federais e regionais, está envolvida ativamente no desenvolvimento de competências de fornecedores russos", contou Maxim Sokolov, presidente da empresa, no comunicado citado pela NBC News.
Além desta novidade, o autarca de Moscovo, Sergei Sobyanin, disse que a fábrica da Avtovaz vai voltar a produzir o Moskich, um tipo de carro produzido nos tempos da União Soviética e que deixou de ser feito há 20 anos, para colmatar as falhas nas importações.
A decisão do governo russo de reduzir estas funcionalidades de segurança não são as primeiras, sendo que os critérios de segurança para a produção de aviação na Rússia foram flexibilizados, na sequência da falta de aviões por causa das sanções.
O presidente do Programa Global de Avaliação de Novos Carros, David Ward, criticou a decisão do Kremlin e da Avtovaz, considerando-a "um passo muito retrógrado".
"Como é que eles podem considerar-se um país que lidera globalmente na segurança rodoviária", afirmou Ward, à NBC.
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