Parlamento ucraniano pede reconhecimento de agressão como "genocídio"
O presidente do parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk, pediu hoje em Viena que a atual agressão russa contra o seu país, em particular no lado leste da Ucrânia, seja reconhecida internacionalmente como um "genocídio".
© Reuters
Mundo Rússia/Ucrânia
"Peço que se reconheça que se está a realizar um genocídio em relação à população de leste da Ucrânia", apelou Stefanchuk num discurso perante o Parlamento de Viena.
Stefanchuk acusou a Rússia de "cometer todos os dias" crimes de guerra, reforçando ainda mais a determinação dos ucranianos em não ceder às tropas invasoras, porque, adiantou, não é possível voltar à normalidade com o país vizinho.
"A cada dia que passa pagamos um preço horrendo, a cada dia perdemos 100 soldados e 500 são feridos, sem contar com os civis mortos e lesionados", assinalou o responsável, exigindo que se faça justiça.
"Nesta guerra, a justiça é tão importante quanto a vitória", acrescentou.
De acordo com o deputado, as tropas russas não estão a avançar apenas na Ucrânia, mas também em outros países da União Europeia (UE), embora ainda sem armas de fogo.
"Nós [os ucranianos] estamos a defender a fronteira de uma Europa civilizada", afirmou Stefanchuk.
A guerra levada a cabo pelo Kremlin "é híbrida, com diversas fases: a primeira é a de abrir os tentáculos da informação de propaganda", segue-se a dos "interesses económicos", criando dependências no campo da energia e na "compra de políticos", e, finalmente, a agressão armada, explicou.
"A Ucrânia encontra-se na última fase, mas [o resto da] Europa ainda está na segunda fase e ninguém sabe quando começará a terceira", advertiu.
O responsável ucraniano assegurou que os seus concidadãos não estão dispostos a ceder terreno e mostrou-se confiante que serão bem-sucedidos, já que a democracia "não pode ser defendida pela rendição", mas apenas com uma defesa firme.
"Acredito que ganharemos esta guerra, mas temos de ser determinados e valentes", afirmou o líder do Parlamento ucraniano.
A propósito da conhecida relutância da Áustria em conceder à Ucrânia o estatuto de candidato à adesão à UE, Stefanchuk apelou aos deputados austríacos para reverem as suas posições.
"A Ucrânia é parte da Europa, um estatuto é apenas um estatuto, mas é também um ponto de partida jurídico importante", disse ele, pedindo ainda ao Conselho Europeu "luz verde" para as ambições de Kiev.
"Não queremos nenhum tratamento especial, prometemos cumprir de forma sincera com os critérios de Copenhaga, mas esta decisão será uma mensagem muito importante para os ucranianos e uma grande motivação para continuarem a sua resistência", insistiu Stefanchuk.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já matou mais de 4.300 civis e obrigou à fuga para o estrangeiro mais de 7,2 milhões pessoas, segundo dados da ONU, que sublinha que os números reais podem ser muito superiores.
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