São necessárias "novas discussões" com autoridades ucranianas, diz Macron

O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou hoje necessárias "novas discussões" com a Ucrânia, justificando-se após a controvérsia desencadeada pelos seus apelos para "não se humilhar" a Rússia.

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Lusa
15/06/2022 13:46 ‧ 15/06/2022 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

"Às portas da nossa União Europeia (UE) desenrola-se uma situação geopolítica inédita", declarou perante tropas francesas destacadas na base da NATO de Mihail Kogalniceanu, no sudeste da Roménia e não muito longe do mar Negro.

"Penso que estamos num momento em que precisamos de enviar sinais políticos claros, nós União Europeia, em relação à Ucrânia e ao povo ucraniano num contexto em que resistem heroicamente há vários meses", sublinhou o chefe de Estado francês quando interrogado sobre uma possível visita a Kiev nos próximos dias que não confirmou diretamente.

Macron prometeu "garantias de segurança" a Kiev para chegar a um acordo de paz nas negociações com Moscovo, que ocorreriam após uma vitória da Ucrânia na guerra.

"O presidente ucraniano (Volodymyr Zelensky) terá que negociar com a Rússia, e nós, europeus, estaremos presentes naquela mesa para oferecer garantias de segurança", referiu Macron.

"Quando, espero, a Ucrânia vencer, teremos que negociar", insistiu.

Macron disse que os europeus devem aceitar a presença de uma potência como a Rússia na Europa como uma "realidade inevitável", dado que o país faz parte, geograficamente, do continente europeu.

De acordo com um comunicado do Palácio do Eliseu, Emmanuel Macron chegou na noite de terça-feira à base militar de Mihail Kogalniceanu, onde jantou com soldados franceses e passou a noite.

Hoje de manhã, Macron encontrou-se com o presidente romeno, Klaus Iohannis, com quem abordou a agressão russa à Ucrânia e a desestabilização que o conflito acarreta para toda a região e o continente europeu.

Os dois chefes de Estado também discutiram as consequências do conflito à escala global, em particular a insegurança alimentar devido à impossibilidade de exportação de produtos agrícolas ucranianos.

Abordadas foram igualmente as relações bilaterais e o próximo Conselho Europeu, de 23 e 24 de junho, durante o qual o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia será discutido com base no parecer da Comissão Europeia.

De acordo com o Eliseu, Iohannis e Macron falaram ainda da proposta francesa de criar uma Comunidade Política Europeia como um "quadro efetivo de cooperação de curto prazo" para os candidatos à integração no bloco comunitário.

Acompanhado pela nova ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, Macron viajou depois para a vizinha Moldova, onde será recebido em Chisinau pela presidente Maia Sandu.

Leia Também: Zelensky alerta para ambições russas desde "Varsóvia a Sófia"

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