A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, disse, esta quarta-feira, que o Ocidente "deu um tiro na cabeça" com a questão de limitar a importação de gás russo.
Zakharova ressaltou que os países ocidentais tentaram isolar a Rússia devido à invasão à Ucrânia, reduzindo as importações e impondo sanções, no entanto, isso não teve o efeito esperado e a porta-voz elogiou a China por ter aumentado as importações russas.
"A oferta de energia está a aumentar constantemente: a China sabe o que quer e não dá um tiro no próprio pé. Enquanto a oeste de Moscovo, se dão tiros na cabeça", disse.
Segundo a porta-voz russa, a União Europeia está a conspirar um caminho suicida ao tentar eliminar a energia russa.
A Rússia é o penúltimo exportador mundial de petróleo depois da Arábia Saudita e o maior exportador de gás natural.
A empresa russa Gazprom anunciou hoje que vai reduzir em mais de um terço as entregas de gás para a Europa, através do gasoduto Nord Stream, após problemas com os equipamentos. A produção diária cairá assim de 100 para 67 milhões de metros cúbicos (m3).
Nas últimas semanas, a Gazprom interrompeu as entregas de gás a vários clientes europeus que se recusaram a fazer os pagamentos em rublos (moeda local).
Em resposta às sanções impostas pela União Europeia, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, exigiu que os considerados países "hostis" fizessem o pagamento em rublos.
Segundo dados da sociedade de exploração de gasodutos, em 2021, foram exportados da Rússia para a Europa, via Nord Stream, 59.200 milhões de m3 de gás natural.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
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