O ex-presidente russo Dmitry Medvedev disse, esta segunda-feira, que Moscovo não deveria negociar com Washington sobre um eventual desarmamento nuclear até os Estados Unidos da América "rastejarem" de volta às conversações, noticia a Reuters.
"Considero o momento para novas negociações o mais inoportuno. Agora não temos quaisquer relações com os Estados Unidos", escreveu Medvedev, na rede social Telegram.
"Eles [EUA] estão a zero na escala de [temperatura de] Kelvin. Não há ainda necessidade de negociar com eles [sobre um desarmamento nuclear]. Isso é mau para a Rússia. Deixemo-los correr ou rastejar de volta e pedir [essa negociação]", disse o antigo presidente da Rússia, que é também um aliado de longa data de Vladimir Putin.
As declarações foram proferidas depois do próprio Dmitry Medvedev ter feito uma questão provocadora, na semana passada: "Quem disse que a Ucrânia vai existir no mapa daqui a dois anos?", ameaçou. Isto, claro está, após ter lançado mais críticas aos norte-americanos, que acusam de ter investido "tanto no projeto 'anti-Rússia'".
O receio da possibilidade de Vladimir Putin decidir acionar o seu armamento nuclear, seja na Ucrânia ou em qualquer dos Estados aliados do país invadido, tem existido desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro.
Em causa está uma investida militar que levou o Ocidente a unir-se na aplicação de sanções políticas e económicas à Rússia e na disponibilização de armamento militar e de apoio monetário á Ucrânia.
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