"Agradeço ao Presidente Volodymyr Zelensky pelo seu amável discurso hoje na reunião virtual com a Assembleia da União Africana", disse Macky Sall, na sua conta na rede social Twitter.
"África continua comprometida em respeitar as regras do Direito Internacional, a resolução pacífica de conflitos e o livre comércio", acrescentou o líder senegalês.
Por seu lado, o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, salientou o desejo de África num "diálogo que ponha fim ao conflito [resultante da invasão russa da Ucrânia] e permita o regresso da paz à região, bem como a forma de restaurar a estabilidade global".
Em 03 de junho, Sall pediu aos países ocidentais que suspendam as sanções que impedem a exportação de trigo e fertilizantes russos, depois de se reunir na Rússia com o Presidente Vladimir Putin para abordar os efeitos da guerra no continente africano.
Durante essa reunião, disse Mahamat, a UA reiterou a sua posição sobre "a necessidade de uma solução política para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e os sérios custos humanos e económicos para a região e o mundo".
Tanto a ONU como várias organizações não-governamentais alertaram que a guerra na Ucrânia está a piorar a situação alimentar global, afetando regiões vulneráveis como África.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, na sigla em inglês), seis países da África Ocidental importam pelo menos 30% de seu trigo da Rússia ou Ucrânia (Burkina Faso e Togo) e até mais de 50% (Senegal, Libéria, Benim e Mauritânia).
Em março passado, Sall falou por telefone com Putin e pediu um "cessar-fogo durável" no conflito ucraniano.
A UA já havia solicitado em 24 de fevereiro, quando a invasão russa se confirmou, a declaração de um cessar-fogo "imediato" e "sem demora", bem como o início das negociações políticas.
Além disso, em 11 de abril, Zelensky ligou para Sall com quem discutiu a necessidade de diálogo para se alcançar uma "solução negociada" para acabar com a invasão russa.
No entanto, muitas nações africanas abstiveram-se em votações na ONU que visavam punir a Rússia por invadir a Ucrânia.
Esta posição está ligada não só ao poder político e económico que Moscovo detém em África, mas também a razões históricas como o apoio soviético e russo aos movimentos anticoloniais no século XX e a luta contra o sistema segregacionista do 'apartheid' na África do Sul.
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