A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse numa atualização esta segunda-feira que as tropas russas tinham levado numa deportação forçada cerca de 1,2 milhões de pessoas para território russo.
Entre estas, contam-se cerca de 240 mil crianças, acrescentam as autoridades ucranianas.
Numa conferência de imprensa, citada pelo The Guardian, Vereshchuk acrescentou que mais de 1.500 ucranianos encontravam-se detidos em prisões russas.
A procuradora-geral da Ucrânia já tinha afirmado há dias que a deportação forçada pela Rússia estava a ser investigada no âmbito das acusações de crimes de guerra, argumentando que o processo de deportação aplicado a crianças pode constituir uma acusação de genocídio.
Russia deported more than 1 million Ukrainians, including 240,000 children, to Russia - 🇺🇦Deputy Prime Minister Iryna Vereshchuk
— Euromaidan Press (@EuromaidanPress) June 20, 2022
More than 1,500 🇺🇦civilians are being held in Russian prisons, she added https://t.co/AN2tDeWJzn
A vice-primeira-ministra pediu ainda aos residentes na zona ocupada de Kherson, uma cidade portuária tomada pelos russos logo nos primeiros dias da guerra, que começou em fevereiro, que abandonassem a região, tendo em vista uma contraofensiva ucraniana.
Sobre os corredores humanitários, que a Ucrânia e a Rússia têm debatido mutuamente para a retirada de civis presos em zonas contestadas, nomeadamente em Mariupol e Severodonetsk, Vereshchuk contou que 165 dos 350 corredores humanitários não tiveram sucesso devido a violações por parte das tropas russas.
De recordar que os invasores atacaram e bombardearam repetidamente vários corredores humanitários, especialmente em Mariupol, e também em Irpin, impedindo a saída de pessoas de regiões altamente perigosas.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 4.500 mortos entre a população civil, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o real número de mortos deverá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar as baixas em cidades sitiadas ou tomadas pelos russos, como Mariupol, onde se acredita que tenham morrido dezenas de milhares de pessoas.
Leia Também: Deportação de crianças para a Rússia investigada como possível genocídio