EUA defendem sanções da Lituânia a Kaliningrado após ameaças de Moscovo

Os Estados Unidos expressaram hoje o seu "apoio" à Lituânia, membro da NATO, perante as ameaças de represálias da Rússia contra Vilnius, que aplicou restrições à passagem de bens para o enclave russo de Kaliningrado.

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Lusa
21/06/2022 21:38 ‧ 21/06/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price, assegurou, em declarações à imprensa, o compromisso dos EUA com o artigo 5.º da NATO, que prevê que "qualquer ataque contra um país aliado é um ataque contra todos".

"Apoiamos os nossos aliados da NATO e apoiamos a Lituânia", acrescentou, saudando a implementação de sanções pelo país europeu contra a invasão russa da Ucrânia.

"Reforçamos os nossos compromissos com a Aliança e fortalecemos o flanco leste da NATO especialmente os países que são alvo das ameaças russas", acrescentou.

A Lituânia suspendeu, no fim de semana, a autorização de trânsito de produtos em aço e outros metais pelo seu território para o enclave russo de Kaliningrado, no âmbito das sanções decretadas pela UE contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro.

As autoridades russas reagiram com dureza e, depois de a Lituânia ter reafirmado que a decisão decorre da aplicação das sanções de Bruxelas, convocaram o chefe da UE em Moscovo, o diplomata alemão Markus Ederer, para formalizar um protesto.

Numa declaração divulgada pela agência russa TASS, a porta-voz da diplomacia de Moscovo, Maria Zakharova, avisou hoje a Lituânia de que se a Rússia caracteriza as ações de outro Estado como abertamente hostis, isso implica uma "reação correspondente"

Separadamente, o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, afirmou hoje, durante uma visita a Kaliningrado, que a Rússia irá retaliar com medidas que terão "graves consequências negativas" para os lituanos.

Com cerca de 430.000 habitantes, Kaliningrado é um enclave russo no Báltico que faz fronteira com dois países da UE e da NATO, a Lituânia e a Polónia.

Os comboios com mercadorias para Kaliningrado viajam via Bielorrússia e Lituânia, não havendo trânsito através da Polónia.

A Rússia ainda pode fornecer bens ao enclave por via marítima sem incorrer em sanções da UE.

A UE e vários países, como Estados Unidos, Reino Unido ou Japão, têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia.

O organismo europeu disse ter tido o cuidado de não prejudicar a população russa com os seus pacotes de medidas e excluiu produtos relacionados com saúde, alimentação e agricultura.

As proibições são aplicadas pelas autoridades aduaneiras da UE.

Além das sanções, os aliados ocidentais também têm fornecido armamento às forças ucranianas para combaterem as forças russas.

Portugal mantém 146 fuzileiros na Lituânia integrados numa força da NATO para garantir segurança às populações face a uma potencial agressão.

A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou que 4.597 civis morreram e 5.711 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 118.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: Rússia acusa UE de encorajar escalada de tensão com sanções a enclave

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