Os médicos de um hospital em Malta negaram a uma mulher americana que está de férias no país a realização de um aborto, apesar de admitirem que o bebé tem uma "zero hipóteses" de sobreviver.
Andrea Prudente, de 38 anos, está na 16.ª semana de gravidez e foi internada no hospital Mater Dei, na região de Msida, com uma hemorragia grave, apresentando "risco extremo" de sofrer outra e uma infeção. Segundo o jornal The Guardian, os médicos explicaram-lhe que não fariam a interrupção devido à proibição legal de aborto no país.
Prudente estava de férias com o companheiro, Jay Weeldreyer, de 45 anos, na ilha de Gozo, quando no dia 12 de junho começou a sangrar durante a noite. Os médicos receitaram-lhe um medicamento para a proteger contra o aborto, mas dois dias depois, quando regressavam à ilha principal as águas de Prudente rebentaram e foi internada e foi-lhe dito que a sua placenta se tinha desprendido parcialmente.
O casal solicitou uma transferência de Malta para o Reino Unido e alegou que os profissionais de saúde não colaboraram com as tentativas de sair do país, bem como com a partilha de registos médicos com a sua companhia de seguros.
"Só quero sair daqui com vida", disse a utente, acrescentando: "Nem nos meus piores sonhos poderia ter imaginado viver um pesadelo como este".
Malta é o único país da União Europeia a proibir o aborto em quaisquer circunstâncias. As únicas opções para quem pretende pôr fim a uma gravidez na nação da ilha são a compra online de medicamentos ilegais ou a procura de uma interrupção da gravidez no estrangeiro.
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