Os serviços de inteligência britânicos acreditam que o ritmo da investida russa na Ucrânia deverá abrandar nos próximos meses, à medida que as forças de Moscovo gastam todos os seus recursos, avançou o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, a vários jornais europeus.
Segundo o responsável, as forças militares do presidente russo, Vladimir Putin, estão a avançar no Donbass, mas com custos elevados no que toca aos seus recursos humanos e materiais.
“O nosso serviço de inteligência acredita que, nos próximos meses, a Rússia poderá chegar a um ponto em que não tem qualquer ritmo para avançar, por ter esgotado todos os seus recursos”, apontou o líder britânico, em declarações ao jornal alemão Sueddeutsche Zeitung, citadas pela agência Reuters.
“Deveremos ajudar os ucranianos a reverter a dinâmica. Discutirei isto no G7”, revelou, referindo-se à cimeira que se realizará nos dias 26 e 28 de junho, na Alemanha.
“Tanto quanto os ucranianos estão numa posição para começar uma contra-ofensiva, devem ser apoiados com equipamento que nos pedem”, complementou.
Johnson considerou ainda que uma vitória para a Ucrânia passaria pela recuperação do “status quo imposto antes de 24 de fevereiro”, além da “expulsão das tropas russas das áreas que invadiram”.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e outros mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.
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