Ucrânia. Boris Johnson pede ajuda do G7 para desbloquear cereais
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai pedir hoje ao G7 para apoiar um plano para contornar o bloqueio russo e viabilizar a saída dos cereais e outros produtos para exportação da Ucrânia, indica um comunicado.
© Chris J Ratcliffe/Getty Images
Mundo Ucrânia
O Governo britânico vai aconselhar Kiev para se encontrar rotas marítimas seguras, ao mesmo tempo que doará 10 milhões de libras (11,6 milhões de euros) em material para reconstruir os caminhos-de-ferro, uma das vias de exportação.
Johnson vai também pedir aos parceiros do G7 que se juntem a uma iniciativa para investir 1,5 milhões de libras (1,74 milhões de euros) na criação de um processo para identificar se os cereais vendidos pela Rússia no mercado mundial foram ilegalmente retirados da Ucrânia.
Isto permitiria aos países tomar medidas para assegurar que a Ucrânia obtém as receitas das respetivas colheitas, refere o comunicado do governo britânico.
Na intervenção, Johnson vai salientar que o bloqueio das exportações da Ucrânia está a causar escassez em muitos países, dado tratar-se de um grande produtor de trigo, milho e óleo de girassol, e vai apelar às outras potências para que deixem de usar cereais para produzir biocombustível.
"As ações do (Presidente russo, Vladimir) Putin, na Ucrânia têm consequências terríveis em todo o mundo, fazendo subir os preços da energia e dos alimentos, e milhões de pessoas estão à beira da fome", dirá Johnson, de acordo com o comunicado.
Segundo o chefe do governo britânico, "os líderes mundiais devem juntar-se e usar o peso económico e político para ajudar a Ucrânia e tornar as coisas mais fáceis para famílias em todo o mundo".
Os líderes do G7 (França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Japão) estão reunidos no sul da Alemanha para uma cimeira de três dias, à qual se seguirá uma reunião dos países da NATO (Organização do Tratado Atlântico Norte) em Madrid.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou milhares de civis e causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas das suas casas, oito milhões das quais abandonaram o país.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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