O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (ECHR, na sigla em inglês) anunciou, esta quinta-feira, ter introduzido "medidas urgentes" para travar a execução de dois britânicos detidos em Donestk pelas forças russas.
A entidade apelou à Rússia que garanta que “a pena de morte imposta aos requerentes não [seja] cumprida”, assim como que lhes forneça “condições adequadas de detenção” e “toda a assistência médica” necessária, lê-se em comunicado divulgado na rede social Twitter.
Recorde-se que Shaun Pinner foi capturado em Mariupol, em abril, ao lado de Aiden Aslin, durante a batalha pelo controlo da cidade portuária.
A dupla foi considerada culpada de "atividades mercenárias e de cometer ações destinadas a tomar o poder e a derrubar a ordem constitucional da República Popular de Donetsk", embora as suas famílias afirmem que estavam a lutar de forma legítima dentro do exército ucraniano, devendo, por isso, ser tratados como prisioneiros de guerra.
Urgent measures in cases lodged by two British prisoners of war sentenced to death in the so-called Donetsk People's Republichttps://t.co/n0H6D5stA5#ECHR #CEDH #ECHRpress pic.twitter.com/EthX4ZkyjG
— ECHR CEDH (@ECHR_CEDH) June 30, 2022
O Reino Unido não abordou o caso junto das autoridades da região, até ao momento, esperando que Kyiv assegurasse a libertação dos combatentes.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A ONU confirmou ainda que mais de quatro mil civis morreram e mais de cinco mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
A invasão russa - justificada pelo presidente russo pela necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores.
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