Ucrânia. Praga reabre centro de acolhimento de refugiados em julho

As autoridades da República Checa vão reabrir a 11 de julho o centro de acolhimento para os refugiados vindos da Ucrânia, após a infraestrutura ter sido encerrada em meados de junho por falta de camas, foi hoje divulgado.

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Lusa
01/07/2022 14:40 ‧ 01/07/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Por ordem do Governo de coligação do conservador Petr Fiala e contra a vontade do presidente da câmara da capital, Zdenek Hrib, membro do Partido Pirata (força política caracterizada como anti-sistema), o centro de acolhimento, gerido pelo conselho municipal e pelo executivo regional, voltará a estar operacional a partir de 11 de julho, adiantou hoje a emissora pública CT24.

O centro não vai estar, no entanto, em condições para oferecer alojamento a quem foge da guerra, mas fornecerá ajuda humanitária e assistência em processos de vistos e de tratamento de outras burocracias legais a quem pretenda aceder ao mercado de trabalho checo.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a República Checa já emitiu mais de 375 mil vistos especiais a deslocados que fogem do conflito, 90 mil dos quais escolheram Praga como o seu destino.

A situação tem sido criticada pelo presidente da câmara da capital, que tem apelado a um mecanismo de distribuição mais equilibrado entre as regiões do país.

Segundo Zdenek Hrib, Praga acolhe quatro vezes mais refugiados do que as outras zonas.

"O Governo não está a resolver com a prontidão suficiente o problema de distribuição", disse o político, cujo partido progressista também faz parte do Governo de coligação que une conservadores, democratas-cristãos e liberais.

A República Checa assume hoje a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE).

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 16 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para os países vizinhos -, de acordo com os dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Adesão da Ucrânia à UE "não deve demorar anos ou décadas", pede Zelensky

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