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"Mercenários". Separatistas russófonos indiciam mais dois britânicos

As autoridades da autoproclamada República Popular de Donetsk (DNR) indiciaram hoje mais dois britânicos por combaterem como mercenários nas fileiras do exército ucraniano.

"Mercenários". Separatistas russófonos indiciam mais dois britânicos
Notícias ao Minuto

18:05 - 01/07/22 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"Estão a decorrer investigações sobre os mercenários Dylan Healey e Andrew Hill. Estão incriminados pelos mesmos delitos dos mercenários previamente condenados. Foram-lhes apresentadas as acusações", afirmou um representante da DNR citado pela agência noticiosa oficial russa TASS.

Dylan Healey, um voluntário britânico de 22 anos que segundo a organização britânica Presidium Network efetuava atividades humanitárias na Ucrânia, foi detido pelos militares russos em finais de abril na região de Zaporijia, e acusado de combater como mercenário.

Por sua vez, Andrew Hill, ex-soldado de infantaria britânico e veterano da guerra do Afeganistão, juntou-se à Legião Estrangeira da Defesa Territorial ucraniana, foi ferido em combate e feito prisioneiros da região de Mykolaiv.

OS dois detidos não são os primeiros britânicos julgados na DNR sob a acusação de combaterem como mercenários.

O Supremo tribunal desta república secessionista russófona condenou à morte, em junho, os prisioneiros britânicos Shaun Pinner e Aiden Aslin, e ainda o marroquino Braguim Saadun, também acusados de atuarem como mercenários no exército ucraniano.

Em paralelo, e reunido em sessão extraordinária, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) exigiu hoje ao Governo russo que respeite os direitos dos prisioneiros de guerra ucranianos.

A instituição recebeu um requerimento de uma mulher ucraniana que habita em Mykolaiv (sul), e cujo marido, Yaroslav Anatoliyovych Oliynichenko, está supostamente detido como prisioneiro de guerra pelas forças russas.

Número dois da sua unidade de combate terá sido capturado em Mariupol, sul da Ucrânia.

A sua mulher reuniu depoimentos de testemunhas oculares de torturas que terão sido infligidas a ucranianos que estavam detidos pelas forças russas num dos campos de prisioneiros de guerra e onde Oliynichenko também estará detido.

A requerente pediu ao Tribunal, com sede em Estrasburgo, França, que solicite aos governos da Federação da Rússia e da Ucrânia para localizarem o seu marido, assegurar a sua proteção e libertá-lo.

O artigo 39 do TEDH permite-lhe ordenar "medidas provisórias" quando os requerentes estão expostos a "um risco real de danos irreparáveis".

No entanto, as solicitações do Tribunal não devem originar uma reação de Moscovo, e após a Duma (câmara baixa do Parlamento) ter adotado no início de junho diversas emendas que isentam a Rússia de aplicar, a partir de 15 de março, as decisões emitidas pela instância judicial.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma "operação militar especial" na Ucrânia que foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A maioria dos países ocidentais respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia: Bruxelas propõe nova ajuda macrofinanceira de mil milhões

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