"Mercenários". Separatistas russófonos indiciam mais dois britânicos
As autoridades da autoproclamada República Popular de Donetsk (DNR) indiciaram hoje mais dois britânicos por combaterem como mercenários nas fileiras do exército ucraniano.
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Mundo Guerra na Ucrânia
"Estão a decorrer investigações sobre os mercenários Dylan Healey e Andrew Hill. Estão incriminados pelos mesmos delitos dos mercenários previamente condenados. Foram-lhes apresentadas as acusações", afirmou um representante da DNR citado pela agência noticiosa oficial russa TASS.
Dylan Healey, um voluntário britânico de 22 anos que segundo a organização britânica Presidium Network efetuava atividades humanitárias na Ucrânia, foi detido pelos militares russos em finais de abril na região de Zaporijia, e acusado de combater como mercenário.
Por sua vez, Andrew Hill, ex-soldado de infantaria britânico e veterano da guerra do Afeganistão, juntou-se à Legião Estrangeira da Defesa Territorial ucraniana, foi ferido em combate e feito prisioneiros da região de Mykolaiv.
OS dois detidos não são os primeiros britânicos julgados na DNR sob a acusação de combaterem como mercenários.
O Supremo tribunal desta república secessionista russófona condenou à morte, em junho, os prisioneiros britânicos Shaun Pinner e Aiden Aslin, e ainda o marroquino Braguim Saadun, também acusados de atuarem como mercenários no exército ucraniano.
Em paralelo, e reunido em sessão extraordinária, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) exigiu hoje ao Governo russo que respeite os direitos dos prisioneiros de guerra ucranianos.
A instituição recebeu um requerimento de uma mulher ucraniana que habita em Mykolaiv (sul), e cujo marido, Yaroslav Anatoliyovych Oliynichenko, está supostamente detido como prisioneiro de guerra pelas forças russas.
Número dois da sua unidade de combate terá sido capturado em Mariupol, sul da Ucrânia.
A sua mulher reuniu depoimentos de testemunhas oculares de torturas que terão sido infligidas a ucranianos que estavam detidos pelas forças russas num dos campos de prisioneiros de guerra e onde Oliynichenko também estará detido.
A requerente pediu ao Tribunal, com sede em Estrasburgo, França, que solicite aos governos da Federação da Rússia e da Ucrânia para localizarem o seu marido, assegurar a sua proteção e libertá-lo.
O artigo 39 do TEDH permite-lhe ordenar "medidas provisórias" quando os requerentes estão expostos a "um risco real de danos irreparáveis".
No entanto, as solicitações do Tribunal não devem originar uma reação de Moscovo, e após a Duma (câmara baixa do Parlamento) ter adotado no início de junho diversas emendas que isentam a Rússia de aplicar, a partir de 15 de março, as decisões emitidas pela instância judicial.
A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma "operação militar especial" na Ucrânia que foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A maioria dos países ocidentais respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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