Líderes da CEDEAO discutem sanções ao Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri

Os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) discutem hoje, numa cimeira em Acra, eventuais alterações às sanções impostas ao Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri devido aos golpes de Estado nos três países.

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© NIPAH DENNIS/AFP via Getty Images

Lusa
03/07/2022 06:50 ‧ 03/07/2022 por Lusa

Mundo

CEDEAO

Os dirigentes, que querem pressionar para um regresso rápido dos civis ao poder, vão discutir as fortes medidas de retaliação comercial e financeira impostas ao Mali desde janeiro e outras, mais leves, impostas ao Burkina Faso e à Guiné-Conacri.

O Mali, um país pobre e sem litoral que enfrenta um conflito há mais de uma década, está sujeito a um embargo às transações comerciais e financeiras, excluindo as necessidades básicas.

O Burkina Faso, outro país do Sahel afetado pela violência 'jihadista', e a Guiné-Conacri estão apenas, por enquanto, suspensos dos órgãos da CEDEAO.

Mas as juntas militares no poder querem manter-se durante três anos, arriscando-se a um endurecimento das sanções.

A junta no poder no Mali está há meses em negociações com a organização regional, mas as partes ainda não conseguiram chegar a um compromisso.

Na última cimeira, em 04 de junho, não foi tomada qualquer decisão sobre as sanções contra os regimes golpistas e a CEDEAO deu-se mais um mês para negociar e acordar o levantamento ou a manutenção das penas.

Entretanto, o mediador Goodluck Jonathan, antigo presidente da Nigéria, chegou hoje a Bamaco para se reunir com as autoridades militares, e embora nada tenha sido dito oficialmente, um membro da sua equipa disse à agência France-Presse que "o Mali fez enormes progressos".

A África Ocidental viu uma sucessão de golpes de Estado em menos de dois anos: o golpe de 18 de agosto de 2020 em Bamaco, um segundo em 24 de maio de 2021, o golpe de 05 de setembro de 2021 em Conacri, e o golpe de 24 de janeiro em Ouagadougou.

Alarmada pelo risco de contágio numa região vulnerável, a CEDEAO tem multiplicado as suas cimeiras, mediações e pressões para acelerar o regresso dos civis ao poder.

Leia Também: Cimeira da CEDEAO discute sanções a Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri

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