Os dirigentes, que querem pressionar para um regresso rápido dos civis ao poder, vão discutir as fortes medidas de retaliação comercial e financeira impostas ao Mali desde janeiro e outras, mais leves, impostas ao Burkina Faso e à Guiné-Conacri.
O Mali, um país pobre e sem litoral que enfrenta um conflito há mais de uma década, está sujeito a um embargo às transações comerciais e financeiras, excluindo as necessidades básicas.
O Burkina Faso, outro país do Sahel afetado pela violência 'jihadista', e a Guiné-Conacri estão apenas, por enquanto, suspensos dos órgãos da CEDEAO.
Mas as juntas militares no poder querem manter-se durante três anos, arriscando-se a um endurecimento das sanções.
A junta no poder no Mali está há meses em negociações com a organização regional, mas as partes ainda não conseguiram chegar a um compromisso.
Na última cimeira, em 04 de junho, não foi tomada qualquer decisão sobre as sanções contra os regimes golpistas e a CEDEAO deu-se mais um mês para negociar e acordar o levantamento ou a manutenção das penas.
Entretanto, o mediador Goodluck Jonathan, antigo presidente da Nigéria, chegou hoje a Bamaco para se reunir com as autoridades militares, e embora nada tenha sido dito oficialmente, um membro da sua equipa disse à agência France-Presse que "o Mali fez enormes progressos".
A África Ocidental viu uma sucessão de golpes de Estado em menos de dois anos: o golpe de 18 de agosto de 2020 em Bamaco, um segundo em 24 de maio de 2021, o golpe de 05 de setembro de 2021 em Conacri, e o golpe de 24 de janeiro em Ouagadougou.
Alarmada pelo risco de contágio numa região vulnerável, a CEDEAO tem multiplicado as suas cimeiras, mediações e pressões para acelerar o regresso dos civis ao poder.
Leia Também: Cimeira da CEDEAO discute sanções a Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri