O último balanço realizado pelas autoridades paquistanesas, em 6 de julho, dava conta de 77 vítimas mortais na sequência das chuvas de monção.
A Autoridade Nacional de Gestão de Desastres paquistanesa declarou hoje que 88 mulheres e crianças estão entre os mortos.
As intensas chuvas também danificaram casas, estradas, pontes e centrais elétricas em todo o país.
Segundo as autoridades, a situação está muito complicada na cidade portuária de Karachi, no sul do país, onde bairros inteiros permanecem hoje submersos, deixando muitos moradores retidos devido ao nível das águas.
Outros tentam fugir, a pé ou de bicicleta, de acordo com o relato das agências internacionais.
Alguns moradores providenciaram barcos para os levar para lugares mais seguros.
"No momento, a situação está assim, precisamos viajar de barco em vez de veículos, pois as estradas estão inundadas", disse o morador Abdul Raheem, citado pela agência espanhola EFE.
Outros habitantes de Karachi disseram que foram forçados a abandonar os seus carros em estradas submersas e a caminhar com a água pela cintura.
As autoridades mobilizaram tropas para ajudar nos esforços de drenar as águas das ruas inundadas e para retirar as pessoas.
A temporada de monções começou em meados de junho, inicialmente causando estragos na província do sudoeste do Baluchistão, onde 63 pessoas já morreram.
Na província de Sindh, na qual Karachi é a capital, as autoridades confirmaram pelo menos 26 mortos.
As chuvas fortes também atingiram Islamabad e a província oriental do Punjab.
Especialistas dizem que as alterações climáticas são as responsáveis pelos níveis de precipitação registados no país, mais fortes em 87% do que se esperava.
Todos os anos, muitas cidades do Paquistão enfrentam intensas chuvas e danos significativos, cenário que desencadeia fortes críticas ao Governo, acusado frequentemente de mau planeamento.
A temporada das monções vai normalmente de julho a setembro e especialistas dizem que as chuvas são essenciais para irrigar plantações e reabastecer represas e outros reservatórios de água no Paquistão.
No entanto, partes do sul do Paquistão enfrentam uma seca desde o início deste ano.
Durante a época das monções no sul da Ásia, os deslizamentos de terra e as inundações são comuns, registando-se não só diversas mortes, como danos materiais significativos.
As piores inundações na história do Paquistão ocorreram em 2010, depois de uma monção, associada a um descongelamento particularmente pesado no verão, ter resultado em cerca de dois mil mortos e mais de 20 milhões de pessoas afetadas.
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