O primeiro-ministro, António Costa, elogiou, esta segunda-feira, o trabalho de articulação que está a ser levado a cabo entre as diferentes entidades nacionais no que diz respeito à prevenção e combate aos incêndios florestais e voltou a lembrar o papel individual dos cidadãos na fase crítica que o país enfrenta. O chefe do Governo admitiu ainda que os eventos realizados em áreas florestais terão de ser reajustados.
"Foi de facto um dia muito intenso onde pudemos contactar todos aqueles que intervêm direta e indiretamente no esforço de prevenção e de preparação para a necessidade eventual de combate aos incêndios rurais", começou por dizer Costa aos jornalistas, em Viseu.
O primeiro-ministro destacou que há "13 mil pessoas em prontidão para poder atuar em caso de necessidade" e disse que sentiu uma "grande consciência do enorme desafio que temos nos próximos dias".
"Todas as entidades [estão] muito bem articuladas umas com as outras, isso é fundamental para fazer a diferença porque muitas vezes disse no passado, todos somos poucos para a dimensão do desafio que temos pela frente. Todos juntos fazem uma equipa muito forte", disse.
Contudo, Costa lembrou que o funcionamento desta "equipa" depende da população.
"Agora, esta equipa só pode funcionar bem se cada uma e cada um de nós se juntar a essa equipa. Cada um de nós tem um papel imprescindível a desempenhar neste trabalho, não propriamente a apagar incêndios, mas a prevenir e evitar que os incêndios ocorram", notou.
"É preciso repetir e termos consciência disso. Não há incêndio de geração espontânea, todo o incêndio nasce da mão do ser humano, ou deliberadamente, ou sem intenção. Mas a verdade é que é a mão humana que provoca os incêndios. Portanto, esse é o grande trabalho que todos nós temos de fazer, independentemente de qual seja a nossa função na sociedade. Todos somos agentes ativos na prevenção do risco florestal sobretudo nesta semana em que as condições meteorológicas vão ser muito duras", reiterou.
Questionado sobre algumas críticas que têm sido feitas, nomeadamente no que diz respeito a terrenos por limpar, o primeiro-ministro sublinhou que recebeu a informação de que houve uma "diminuição" dos autos levantados neste âmbito.
Face à situação atual, o primeiro-ministro admitiu ainda a necessidade de reajustar eventos que possam realizar-se em áreas florestais, como é o caso de alguns festivais de verão.
"Tem havido uma proibição geral de qualquer atividade desenvolvida nas áreas florestais e neste momento o Ministério da Administração Interna está em contacto com os organizadores desse eventos", disse, destacando que é preciso "reajustar" os eventos.
"Obviamente, não é possível, nestas condições climáticas, abrir qualquer tipo de exceção", frisou. "São contingências a que todos estamos sujeitos" disse.
António Costa, deslocou-se hoje a Coimbra, à Lousã e a Viseu para verificar no terreno a operação de combate aos fogos e dar visibilidade a todos os recursos e meios implicados.
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