Líderes debatem de urgência defesa da UE na estreia de 'retiros' de Costa

Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) vão reunir-se informalmente na segunda-feira num "debate de urgência" sobre segurança e defesa, na 'estreia' do formato de retiro criado pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa.

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© Jonathan Raa/NurPhoto via Getty Images

Lusa
01/02/2025 07:33 ‧ há 2 horas por Lusa

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Conselho Europeu

Ao final da manhã de segunda-feira, arranca em Bruxelas o primeiro retiro de líderes da UE, iniciativa de António Costa (que tomou posse em dezembro passado) para promover o diálogo informal entre os altos responsáveis europeus sem a pressão de chegar a conclusões ou decisões, como acontece nas cimeiras europeias regulares.

 

O tema deste primeiro encontro informal de um dia não foi escolhido ao acaso: de acordo com fontes europeias ouvidas pela Lusa, "existe um sentimento comum de urgência" entre os Estados-membros e "um consenso" de que a UE necessita de reforçar as suas capacidades de defesa e segurança e investir mais nesta área.

Numa altura de tensões geopolíticas (como no Médio Oriente e na Ucrânia) e de nova era da política norte-americana, a ideia é passar uma "mensagem clara", de que "a defesa está agora no centro da agenda da UE", quando durante vários anos isso não aconteceu, segundo as mesmas fontes.

Portugal estará representado na ocasião pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e entre os participantes estão também o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, quando a UE tenta reforçar e aprofundar as parcerias internacionais e construir uma Europa mais forte e mais autónoma na área da defesa.

Dados da Agência Europeia de Defesa revelam que, entre 2021 e 2024, a despesa total com a defesa dos Estados-membros da UE aumentou mais de 30%. Só em 2024, estima-se um valor de 326 mil milhões de euros, o equivalente a cerca de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE.

Prevê-se que as despesas aumentem em mais de 100 mil milhões de euros em termos reais até 2027.

Considerando apenas os 23 países da UE que também são membros da NATO, a despesa com a defesa foi de 1,99% do seu PIB combinado em 2024 e espera-se que seja de 2,04% em 2025.

Cálculos da Comissão Europeia divulgados em junho passado revelam que são necessários investimentos adicionais na defesa de cerca de 500 mil milhões de euros durante a próxima década.

"Já não é uma questão de se vamos investir [em defesa], é uma questão de como", comentou um alto funcionário europeu na antevisão do encontro.

Por isso mesmo, no encontro informal de segunda-feira estará em cima da mesa não só uma discussão sobre capacidades, mas também como as adquirir e financiar, com várias alternativas a serem estudadas.

Do lado do financiamento privado, o Banco Europeu de Investimento já alargou o seu âmbito aos produtos de dupla utilização (não apenas civis) e os líderes da UE vão analisar o que mais pode ser feito, enquanto ao nível das verbas públicas se estuda como adaptar o próximo Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034 a estas necessidades e como mobilizar fundos para apoiar o investimento nacional em defesa.

Para os próximos meses, está prevista uma proposta da Comissão Europeia sobre este novo orçamento da UE a longo prazo, mas no retiro haverá uma das primeiras discussões, o que acontecerá novamente nas cimeiras europeias regulares seguintes de António Costa, com a de junho a ser decisiva.

Para já, na segunda-feira, "não são de esperar conclusões ou decisões formais, mas a ausência de conclusões não significa a ausência de resultados [dado que] este retiro será um ponto de partida crucial para a tomada de decisões importantes nos próximos meses", adiantou um alto funcionário europeu na antevisão do encontro.

Este retiro de líderes da UE será, ainda, uma "tripla estreia", de acordo com este responsável, que lembrou a novidade do formato, mas também o início em funções do novo Presidente norte-americano, Donald Trump, e o facto de ser a primeira reunião com o primeiro-ministro do Reino Unido após o 'Brexit'.

Leia Também: Brexit. Relações UE/Reino Unido melhoraram apesar de divergências

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