"Consideramos que se trata de uma nova confirmação da intenção dos Estados Unidos de transformar o espaço numa arena de confronto armado e de aí implantar armas", disse Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, durante uma conferência de imprensa.
"Lembrem-se da 'Iniciativa de Defesa Estratégica'", disse a porta-voz, recordando o plano de defesa que foi impulsionado pelo Presidente dos EUA, Ronald Reagan, na década de 1980, e que classificou como odioso.
Este projeto de defesa antimíssil, apelidado de 'Guerra das Estrelas', numa referência à famosa trilogia de filmes norte-americana, tinha como objetivo proteger os Estados Unidos contra um possível ataque nuclear estratégico, com um sistema capaz de abater mísseis balísticos na órbita terrestre.
Este programa foi tornado público em 1983, em plena corrida espacial e armamentista entre a URSS e os Estados Unidos, no contexto da Guerra Fria.
Zakharova considerou que o plano anunciado na terça-feira por Donald Trump "visa explicitamente desvalorizar as capacidades de dissuasão estratégica da Rússia e da China".
"Por outras palavras, estas abordagens americanas não ajudarão a reduzir as tensões", concluiu a porta-voz do Kremlin.
O termo Cúpula de Ferro utilizado por Donald Trump refere-se a um dos sistemas de defesa de Israel, que protege o país de ataques de mísseis, 'rockets' e 'drones'.
O plano do Presidente norte-americano é, no entanto, ainda mais ambicioso, porque envolve também a proteção dos Estados Unidos contra mísseis nucleares intercontinentais, o que implicaria, por isso, meios militares em órbita.
A Rússia é também suspeita pelos seus adversários ocidentais de querer implantar sistemas de armas no espaço.
Em maio de 2024, os Estados Unidos acusaram a Rússia de estar a desenvolver uma "arma espacial" na mesma órbita de um satélite norte-americano.
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