"O Ministério da Saúde anuncia também que entrará em contacto com os doentes e os seus acompanhantes por telefone para coordenar os preparativos da viagem de acordo com os exames aprovados pelas partes", segundo o Ministério da Saúde, controlado pelo grupo islamita Hamas, em comunicado.
A passagem, sob controlo israelita desde o início da ofensiva na Faixa de Gaza e encerrada desde maio do ano passado, será agora operada pela EUBAM - a missão de segurança europeia que enviará tropas comunitárias - e também por habitantes não filiados no Hamas autorizados por Israel.
A alta-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Segurança, Kaja Kallas, anunciou que ira destacar a missão a partir de hoje para ajudar a gerir o trânsito de pessoas provenientes da Faixa de Gaza, incluindo as que necessitam de cuidados médicos.
"Há alguns dias anunciei a todos os meios de comunicação que a passagem de Rafah seria aberta em breve para receber os feridos. Este é um exemplo do sucesso da política egípcia e obrigado a todos aqueles que nos apoiam", disse hoje pelo seu lado na rede X o governador da província do Norte do Sinai, Khaled Megawer.
Horas antes, o Egito e parte da imprensa israelita, citando fontes palestinianas, tinham anunciado que a reabertura desta passagem para transferência de doentes e feridos estava prevista para hoje.
Em maio passado, as tropas israelitas invadiram a cidade de Rafah, apesar da oposição do ex-Presidente norte-americano Joe Biden, ocuparam a fronteira e esta foi encerrada.
Esta ação militar agravou a já significativa crise humanitária no enclave palestiniano.
Até ao cessar-fogo entrado em vigo em 19 de janeiro, Israel apenas permitia que a passagem fosse aberta em algumas exceções, como a entrada de alguns camiões com ajuda humanitária, o que era insuficiente para as necessidades da população, e a saída de pequenos grupos de doentes.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais, e destruiu o enclave palestiniano.
Os combates cessaram em 19 de janeiro, num acordo entre Israel e Hamas, mediado por Qatar, Egito e Estados Unidos.
Numa primeira fase do entendimento de 42 dias, o Hamas libertará 33 reféns em troca de centenas de prisioneiros em cadeias israelitas, e a ajuda humanitária ao enclave será reforçada.
A segunda e terceira fase, com vista ao fim permanente das hostilidades, serão negociadas durante a vigência da primeira.
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