Natalya Gudin e o marido, Alexandr Kirsanov, treinavam dois patinadores artísticos que seguiam a bordo do avião que, na quarta-feira, se despenhou na capital norte-americana, após colidir com um helicóptero militar. Contudo, antes do desastre aéreo, o casal decidiu que Alexandr acompanharia os alunos e que Natalya ficaria para trás. A chamada prevista quando o grupo aterrasse no Aeroporto Nacional Ronald Reagan de Washington, na Virgínia, nunca chegou.
“Perdi tudo. Perdi o meu marido. Perdi os meus alunos. Perdi os meus amigos”, lamentou a mulher, em declarações à ABC News.
A última vez que Natalya falou com o marido foi na quarta-feira à tarde, quando Alexandr estava na porta de embarque do Aeroporto Nacional de Wichita Dwight D. Eisenhower.
“Está na hora de embarcar”, ter-lhe-á dito o homem.
Em vez de receber uma chamada do marido, Natalyan foi informada pela mãe de um dos patinadores de que tinha havido um acidente e que tinham de ir “imediatamente para D.C.”.
A mulher ficou acordada a noite toda, na esperança de ter boas notícias. No entanto, na manhã de quinta-feira, ficou a saber-se ser improvável haver sobreviventes.
Até à tarde de quinta-feira, as autoridades tinham recuperado 30 corpos do avião e um corpo do helicóptero, disse o conselheiro de segurança nacional Michael Waltz à ABC News.
“Preciso do meu marido de volta. Preciso do corpo dele de volta”, apelou Natalya.
Recorde-se que o helicóptero militar Black Hawk, onde seguiam três pessoas, colidiu na quarta-feira com um avião que transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, proveniente de Wichita, Kansas, sobre o rio Potomac.
A autoridade nacional de segurança de transportes anunciou que tem "o gravador de dados de voo e o gravador de voz do 'cockpit', vulgarmente conhecidos como 'caixas negras'", prontos para análise no seu laboratório, situado a menos de dois quilómetros do local do acidente, que já foi considerado o desastre aéreo mais mortífero dos Estados Unidos em quase um quarto de século.
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