Alemanha. Congresso da CDU na mira dos protestos anti-extrema-direita

O congresso dos conservadores alemães, marcado para segunda-feira, que pretende votar o programa eleitoral, vai ser marcado por manifestações contra a cooperação da União Democrata-Cristã (CDU) com o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

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© Hannes P Albert/picture alliance via Getty Images

Lusa
01/02/2025 09:02 ‧ há 2 horas por Lusa

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Os protestos começaram na quarta-feira, depois de uma moção da CDU, que previa uma política de migrações mais dura, ter sido aprovada no parlamento alemão graças aos votos favoráveis dos liberais do FDP e da AfD. A proposta da CDU acabou por fracassar na sexta-feira, depois de um debate aceso no Bundestag (câmara baixa do parlamento alemão).

 

Em resposta à votação do plano de cinco pontos, as organizações Zusammen gegen Rechts (Juntos contra a direita) e Fridays for Future estão a convocar um protesto em frente ao CityCube, em Berlim, local do congresso da CDU, a partir das 10:00 locais (09:00 hora de Lisboa).

As organizações apelam aos delegados da CDU para que ponham um ponto final a qualquer cooperação com a AfD.

"Em toda a Alemanha, as pessoas saíram às ruas e deixaram claro, cada voto na AfD é um voto a mais. No congresso do partido, estamos a exigir consequências claras. Não pode haver mais cooperação com a AfD. Quem espezinhar a democracia desta forma não pode tornar-se chanceler", referiu Anael Back, da Fridays for Future, num comunicado.

Na quinta-feira, manifestantes juntaram-se em mais de 50 cidades alemãs, com cerca de 13 mil pessoas a concentrarem-se em frente à sede da CDU, em Berlim, que chegou a ser evacuada.

Na sexta-feira, ativistas invadiram o edifício da CDU em Hanôver e penduraram vários cartazes. Às vozes críticas juntou-se a da antiga chanceler, Angela Merkel, que quebrou o silêncio para distanciar-se da decisão dos conservadores.

"O fato da CDU estar a estender o tapete aos extremistas de direita e a ajudá-los a ganhar poder político é um ponto de viragem", frisou outra ativista, Carolin Moser.

Friedrich Merz, o líder da CDU e candidato a chanceler, que segue à frente nas sondagens, pretende votar no congresso o programa político para as eleições legislativas antecipadas, marcadas para 23 de fevereiro. A CDU, e o partido irmão na Baviera (CSU), apresentaram o rascunho do programa conjunto a 17 de dezembro.

Em geral, o programa é mais conservador e economicamente liberal em comparação à era Merkel. No total, o documento tem quase 80 páginas e aponta a política migratória e a economia como os principais temas.

A CDU pretende promover o crescimento, o investimento e o emprego defendendo para isso a redução da carga fiscal sobre as empresas e a abolição da sobretaxa de solidariedade. Entre outros objetivos, os conservadores querem reduzir a burocracia e rejeitam uma reforma ou abolição do travão da dívida.

Sobre as políticas migratórias, Friedrich Merz deu a conhecer os cinco pontos que o partido defende. Os conservadores querem que todos os estrangeiros que não tenham um documento de entrada válido sejam rejeitados nas fronteiras do país, incluindo requerentes de asilo.

Estão planeadas manifestações em mais de 150 locais nos próximos dias.

Leia Também: Sobrevivente de Auschwitz dá medalha após aliança com extrema-direita

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