Trump. Juiz mantém julgamento de ex-conselheiro acusado de desobediência
Um juiz federal recusou esta segunda-feira adiar o julgamento de Steve Bannon, ex-estratega de Donald Trump acusado de desobediência à intimação para testemunhar sobre a invasão ao Capitólio, apesar da recente disponibilidade deste para prestar declarações.
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Mundo Capitólio
O julgamento foi mantido apesar do correio eletrónico enviado no sábado à comissão que investiga a invasão do Congresso norte-americano pelo advogado de Bannon, Robert Costello, onde refere que o seu cliente não modificou a sua postura nem convicções, mas explica que as circunstâncias mudaram porque Trump deixou de impor o "privilégio executivo" que até agora invocara para justificar a não comparência.
Apesar da disponibilidade para testemunhar, Bannon continua a estar programado para ir a julgamento na próxima semana e desconhece-se se, por esta razão, irá recusar a comparecer novamente perante o painel da Câmara dos Representantes, noticiou a agência Associated Press (AP).
Costello disse que Bannon "prefere testemunhar na audiência pública" da comissão parlamentar, que vai ser transmitida na terça-feira, dia 12, às 13h00 de Washington, D.C. Estará também a ser preparada uma audiência para quinta-feira, dia 14, em horário nobre.
No entanto, a congressista democrata Zoe Lofgren, membro da comissão parlamentar, disse na emissão da CNN que Bannon testemunhará à porta fechada, tal como centenas de testemunhas fizeram até agora.
O juiz distrital dos Estados Unidos, Carl Nichols, também recusou vários pedidos dos advogados de Steve Bannon, que procurava chamar a testemunhar a presidente da câmara baixa do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi ou o presidente da comissão da investigação, o congressista Bennie Thompson.
Carl Nichols impediu os advogados de Bannon de argumentar perante um júri que o comité violou as regras da Câmara ao exigir a presença de Bannon, intimação que o ex-assessor de Trump desafiou por conselho da sua defesa ou por ordem do ex-presidente republicano.
O juiz federal referiu também que poderia abordar durante a seleção do júri quaisquer preocupações sobre publicidade pré-julgamento, devido às audiências em andamento da comissão de investigação.
Caso seja impossível escolher um júri imparcial, o juiz referiu que reconsideraria um adiamento.
Steve Bannon, que esteve envolvido na estratégia para tentar manter Trump na Casa Branca após a derrota em 2020, ainda é um aliado do ex-presidente.
A sua mudança de posição está a ser vista como uma tentativa de mitigar as consequências de desobedecer à intimação, dando-lhe espaço para argumentar que o incumprimento se deveu ao "privilégio executivo" invocado por Trump e que, uma vez este sendo levantado, ficou pronto para testemunhar.
A intimação pedia registos e informações sobre 17 itens, dez dos quais Robert Costello disse ao FBI estarem protegidos por privilégio executivo. Bannon optou por ignorar a intimação na totalidade.
Bannon foi indiciado em novembro por duas acusações de desacato ao Congresso.
Em caso de condenação, o ex-conselheiro de Trump arrisca dois anos de prisão e multa até 200 mil dólares.
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