Decorreu, esta terça-feira, o funeral do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, de 67 anos, que morreu após ter sido baleado durante um comício eleitoral, na cidade de Nara, na sexta-feira.
Na última homenagem ao ex-líder do Japão, de acordo com a BBC, milhares de pessoas em luto juntaram-se pelas ruas de Tóquio para assistir à passagem do carro funerário onde se encontrava o corpo e que tinha passagem agendada por vários pontos de referência da cidade.
O funeral privado, apenas aberto a amigos e familiares mais próximos, tinha decorrido mais cedo no templo Zojoji.
A viúva de Shinzo Abe, Akie, o atual primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o secretário-geral do Partido Liberal Democrático (PLD), Toshimitsu Motegi, entre outras pessoas próximas de Abe, participaram na cerimónia privada, que começou às 13:00 locais (05:00 em Lisboa).
Um forte dispositivo policial foi estabelecido hoje nas proximidades do templo.
O fluxo de pessoas superou em muito o de segunda-feira, quando 2.500 pessoas se deslocaram ao velório do ex-líder japonês, incluindo figuras públicas e diplomatas de vários países.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoshimasa Hayashi, declarou hoje que mais de 1.700 mensagens de condolências foram recebidas de 259 países, territórios e organizações internacionais.
Enquanto as pessoas se aglomeravam do lado de fora, no interior realizava-se o funeral de rito budista, que geralmente consiste na oferta de incenso enquanto um monge entoa sutras, orações e textos contendo os ensinamentos do budismo.
Terminada a cerimónia, o caixão foi selado e levado para um centro de cremação.
Centenas de pessoas alinharam-se nos passeios do lado de fora do templo para ver o carro fúnebre que levava os restos mortais de Abe passar a caminho do crematório.
O carro fúnebre ainda passou por alguns locais, como a principal sede política de Tóquio - Nagata-cho, onde Abe passou mais de três décadas desde que foi eleito pela primeira vez em 1991 -, antes de se dirigir ao destino final.
As autoridades japonesas deverão organizar uma homenagem pública ao ex-primeiro-ministro numa data e local ainda a serem determinados.
O Governo do Japão anunciou na segunda-feira que irá condecorar Abe a título póstumo com o Colar da Ordem do Crisântemo, a mais alta condecoração do país, reconhecendo desta forma o contributo de Abe, que foi o primeiro-ministro nipónico que mais tempo se manteve no cargo, com um mandato em 2006 e outro entre 2012 e 2020.
Shinzo Abe foi alvejado com dois tiros pelas costas, do lado esquerdo e no pescoço. Acabaria por não resistir aos ferimentos, alegadamente infligidos por Tetsuya Yamagami, de 41 anos, que terá dito às autoridades que estava insatisfeito com Abe e que quis matá-lo.
Shinzo Abe foi o primeiro-ministro japonês que esteve mais tempo no cargo no período do pós-guerra e um dos políticos mais influentes do país.
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