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Maioria dos refugiados quer regressar, 2/3 vão esperar ser seguro

A maioria dos refugiados da Ucrânia espera voltar para casa o mais rapidamente possível, mas cerca de dois terços esperam permanecer nos países de acolhimento até que as hostilidades diminuam, avisou hoje o ACNUR.

Maioria dos refugiados quer regressar, 2/3 vão esperar ser seguro
Notícias ao Minuto

10:18 - 13/07/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

De acordo com o relatório 'Vidas à espera: perfis e intenções de refugiados da Ucrânia', produzido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), os países que acolhem mais refugiados da Ucrânia -- sobretudo os vizinhos Polónia, Roménia e Moldova -- devem preparar-se para integrar estas pessoas durante um prazo mais longo do que esperavam.

Para a pesquisa, o ACNUR e os seus parceiros entrevistaram cerca de 4.900 refugiados da Ucrânia na República Checa, Hungria, República da Moldávia, Polónia, Roménia e Eslováquia entre meados de maio e meio de junho de 2022 para entender melhor as suas intenções futuras.

Os dados mostraram que 16 por cento planeiam regressar à Ucrânia nos próximos dois meses, mas, destes, 15% quer ficar no país apenas temporariamente para visitar familiares, ir buscar bens ou ajudar parentes a fugir.

Daqueles que pretendem regressar à Ucrânia, 40% estão a pensar fazê-lo no próximo mês.

No entanto, os planos dos refugiados sobre permanecer no país que os acolheu ou voltarem para a Ucrânia variam significativamente de acordo com as suas regiões de origem, o tempo decorrido desde que saíram de casa e os próprios locais que escolheram para fugir.

A maior parte dos refugiados que pretende regressar mais rapidamente é de Kiev e das áreas ocidentais do país.

O ACNUR continua a apoiar os refugiados quer com dinheiro, quer com aconselhamento jurídico e fornecimento de informações, ou distribuindo material de socorro e criando espaços seguros e canais de encaminhamento para refugiados vulneráveis, além de dar treino a equipas de resposta rápida.

De acordo com os últimos dados do ACNUR, o número de refugiados da Ucrânia ronda os 4,4 milhões de pessoas, das quais 90% são mulheres e crianças, já que as autoridades ucranianas não permitem a saída de homens em idade militar.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) refere que cerca de 210.000 não-ucranianos também fugiram do país, acrescentando que muitos estão a encontrar dificuldades para regressar ao seu país de origem.

Segundo a OIM, o número de deslocados internos (pessoas que fugiram das suas casas, mas permanecem na Ucrânia) já ultrapassou as 7,1 milhões de pessoas.

No total, mais de 11 milhões de pessoas, ou seja, mais de um quarto da população ucraniana, deixaram as suas casas, entre os que fugiram para países vizinhos e os que encontraram refúgio noutros lugares da Ucrânia.

Antes deste conflito, a Ucrânia era povoada por mais de 37 milhões de pessoas nos territórios controlados por Kiev, que não incluem a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas do leste do país que passaram a ser controladas por separatistas pró-russos no mesmo ano.

A maior parte dos refugiados que saíram do país foram para a Polónia, onde entraram, desde 24 de fevereiro, 2.514.514 ucranianos, segundo o ACNUR. Metade deste total diz respeito a crianças, segundo refere a Unicef.

A Roménia continua a ser o segundo país para onde fogem mais ucranianos, contabilizando, até hoje, 662.751 refugiados, enquanto a Moldova já deu entrada a 401.704 pessoas e a Hungria a 404.021.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).

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