Câmaras de vigilância captaram o momento em que um míssil russo atingiu Vinnytsia, num ataque que provocou, pelo menos, 23 vítimas mortais - entre elas três crianças -, e mais de 100 feridos, na quinta-feira.
Nas imagens, divulgadas pelo meio noticioso bielorrusso Nexta, quem por ali passava foi surpreendido pelo ataque, procurando fugir e abrigar-se.
Segundo o Serviço de Emergência da Ucrânia, 71 pessoas foram hospitalizadas e, pelo menos, 18 continuam desaparecidas.
O ataque foi condenado não só pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como também pelos organismos internacionais.
"A Rússia acabou com a vida de civis exatamente no momento em que uma conferência sobre crimes de guerra russos estava a decorrer nos Países Baixos, em Haia", apontou o chefe de Estado no seu habitual discurso noturno à nação, divulgado nas redes sociais, acusando aquele país de ser a maior ameaça terrorista do mundo, que “destrói cidades pacíficas e vidas humanas com misseis de cruzeiro e artilharia todos os dias”.
“Depois disto, ninguém pode ter dúvidas de que um tribunal especial para julgar a agressão russa contra a Ucrânia é necessário o mais depressa possível”, rematou.
Inicialmente, Zelensky partilhou um vídeo do momento, declarando a Rússia como um “país assassino”, que “todos os dias ataca civis, mata crianças ucranianas, lança mísseis contra alvos civis, onde não há nada de militar”.
Também o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, se manifestou "chocado" com este ataque russo, condenando “todos os ataques contra civis ou infraestruturas civis”.
Por sua vez, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrel, e o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, assinalaram, através de um comunicado da Comissão Europeia, que o exército russo está a deixar "um rasto de sangue na Ucrânia" e que milhares de civis "já foram mortos".
Recorde-se que, segundo as autoridades ucranianas, os mísseis que atingiram edifícios civis em naquela cidade, incluindo um edifício de escritórios e um residencial), foram disparados de um submarino russo no mar Negro.
As defesas aéreas ucranianas conseguiram, ainda assim, destruir dois dos quatro mísseis lançados, de acordo com o governador da região, Serhiy Borzov.
Leia Também: O rasto de destruição em Vinnytsia após o ataque das forças russas