Deputados britânicos criticam eficácia de deportação para o Ruanda

Uma comissão parlamentar britânica defendeu hoje que o plano governamental de deportar para o Ruanda imigrantes ilegais está longe de ter o pretendido efeito desencorajador da travessia de migrantes ilegais no Canal da Mancha.

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Lusa
18/07/2022 14:00 ‧ 18/07/2022 por Lusa

Mundo

Ruanda

Num relatório hoje divulgado, a Comissão de Assuntos Internos do Parlamento britânico defendeu que "não há provas claras" de que a polémica política de deportação esteja a ser eficaz na tentativa de impedir os migrantes ilegais de fazer a perigosa travessia do Canal da Mancha.

"O relatório conclui que os esforços do Governo para encontrar uma solução única e de baixos custos para encerrar essa rota de entrada não são realistas e não terão sucesso", avisou a comissão, num comunicado.

O Governo britânico chegou a um acordo com as autoridades do Ruanda, mas ainda não houve deportações; um primeiro voo, que estava previsto para junho, foi cancelado, após uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

Tendo em vista cumprir uma das promessas do 'Brexit', de combater a imigração ilegal, e para combater as cada vez mais frequentes travessias de embarcações no Canal da Mancha, os parlamentares pedem uma revisão dos pedidos de asilo em França.

Os deputados recomendam, em particular, uma negociação com a França para a instalação de centros de análise de pedidos de asilo.

No seu relatório, a comissão reconhece que "esta é uma questão controversa entre os governos britânico e francês" e insiste na necessidade de estabelecer garantias de que os migrantes cujos pedidos sejam rejeitados serão "detidos e deportados, para que não regressem simplesmente para a costa francesa".

Os deputados lembram que as travessias do Canal da Mancha em pequenas embarcações continuam a aumentar: 28.500 pessoas chegaram ao Reino Unido em 2021 por aquela via, e este ano já foram 14.000, pelo que o total poderá chegar a 60.000 até ao final de 2022.

Pelo menos 166 pessoas morreram ou desapareceram durante a travessia, incluindo 27 num único dia, no final de 2021.

"Não existe uma solução mágica para resolver a crise migratória que o mundo enfrenta. Mas devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para melhorar o sistema de asilo no Reino Unido", reagiu um porta-voz do Ministério do Interior, que defendeu projetos governamentais que consigam acabar com o "modelo de negócio" dos traficantes de seres humanos.

Leia Também: 20 anos de prisão para ex-autarca ruandês por cumplicidade no genocídio

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