Segundo um comunicado da Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO, sigla em inglês), que anunciou uma resposta de emergência para controlar a praga, "uma quelea [tecelão-de-bico-vermelho] comum come cerca de dez gramas de grãos por dia, pelo que um bando de dois milhões de espécimes pode devorar até vinte toneladas de grãos em um único dia".
As queleas comuns estão a destruir campos de arroz, sorgo, milheto e trigo em oito regiões do centro-sul e leste da Tanzânia, agravando a insegurança alimentar para as famílias mais vulneráveis, segundo a FAO.
Além disso, este golpe nas famílias mais vulneráveis ??ocorre num momento em que muitos agregados familiares sofrem com o aumento do preço dos produtos básicos devido à invasão da Ucrânia pela Rússia e ao impacto económico da pandemia de covid-19.
A FAO alertou que a praga "invulgarmente grande" está a começar a espalhar-se para outras regiões da Tanzânia, e um grande número dessas aves também foi registado em países como Botsuana e o vizinho Zimbabué.
"A atual praga frustrou os esforços do Ministério da Agricultura da Tanzânia devido ao número sem precedentes de queleas", disse Musa Chidinda, coordenador das operações de controle de queleas daquele ministério.
O representante da FAO na Tanzânia, Tipo Nyabenyi Tito, destacou que o "objetivo imediato" desta nova resposta de emergência da instituição da ONU é reduzir as populações de queleas comuns "para evitar que causem mais danos às plantações dos agricultores".
Para tal, a FAO começou a trabalhar com as autoridades da Tanzânia para fumigar as áreas mais afetadas e realizar campanhas de consciencialização "em grande escala" para mostrar às comunidades como responder a este tipo de pragas.
Na África Oriental, as queleas (13 centímetros) são aves abundantes e sazonalmente migratórias, reunindo-se às vezes em grandes bandos.
Ave passeriforme da família 'Ploceidae' nativa de grande parte da África subsaariana, é a espécie de ave mais abundante do mundo, excluindo as aves domésticas, com um número global de indivíduos estimado em cerca de 1,5 mil milhões.
Leia Também: Tanzânia investiga doença misteriosa que já provocou três mortos