Segundo o estudo, estes danos foram o resultado de eventos climáticos extremos causados pela crise climática, como os verões excecionalmente quentes e secos de 2018 e 2019 e as inundações do ano passado no oeste do país.
Apenas estes três episódios custaram cerca de 80,5 mil milhões de euros no total, sendo que o calor e a seca causaram danos no valor de 35 mil milhões de euros e as inundações de 2021 ultrapassaram os 40 mil milhões de euros.
Registaram-se ainda danos de 5 mil milhões de euros devido a tempestades isoladas e queda de granizo.
De acordo com o documento, desde 2000 os danos relacionados com a crise climática implicam gastos anuais médios na Alemanha de 6,6 mil milhões de euros, apesar de a investigação apontar que os custos reais poderão ser muito mais elevados, uma vez que os estragos individuais não são contabilizados, para além das consequências a nível da saúde e da biodiversidade.
Para a ministra do Ambiente alemã, Steffi Lemke, os resultados apresentados são "alarmantes" e devem ser tomados como "um sinal de alerta para prevenir novas crises".
"Devemos e iremos investir mais na proteção e adaptação climática para melhor proteger a nossa população", afirmou, referindo-se ao Programa de Ação Imediata para a Adaptação Climática e ao Programa de Ação para a Proteção do Clima pensados pelo Governo alemão para "melhorar significativamente as precauções contra os riscos climáticos".
O estudo aponta ainda que foram os setores florestais e agrícolas que mais sofreram com o calor e a seca, tendo-se registado cerca de 25,6 mil milhões de euros em prejuízos entre 2018 e 2019.
No caso das inundações, sobretudo as no sul da região da Renânia do Norte-Vestefália e no norte da Renânia-Palatinado, as famílias foram particularmente afetadas, com perdas no valor de 14 mil milhões de euros.
O setor da construção, das infraestruturas de transportes e da indústria e comércio também foram prejudicados em valores que variam entre os 5 mil milhões e os 6,9 mil milhões de euros.
O vice-chanceler da Alemanha e ministro de Economia, Robert Habeck, responsável pela proteção do clima, afirmou que "a crise climática está a atingir um ponto crítico a nível mundial", apontando as secas no sul da Europa, as inundações na Austrália, no Madagáscar e na Alemanha.
Habeck defendeu ser "decisivo" manter as consequências mundiais da crise climática a um nível tolerável e desenvolver uma estratégia de adaptação climática para proteger as pessoas, as infraestruturas e a economia de episódios meteorológicos extremos como ondas de calor e inundações.
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