Onda de calor faz cair recordes de temperatura em França e Reino Unido
Várias cidades francesas superaram hoje os recordes de temperatura, devido à onda de calor na Europa Ocidental que ameaça levar o Reino Unido a ultrapassar, pela primeira vez, o limite dos 40 graus centígrados.
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Mundo Calor
O segundo fenómeno do género, em apenas um mês na Europa, resultou também em violentos incêndios na Península Ibérica e em França.
A multiplicação das ondas de calor é uma consequência direta do aquecimento global, segundo os cientistas, com as emissões de gases de efeito estufa a aumentarem de intensidade, duração e frequência.
Em França, o mapa ficou 'vermelho' em grande parte da costa atlântica, com 15 departamentos em alerta para a onda de calor.
Recordes de temperatura foram quebrados em várias cidades: 39,5 graus centígrados (39,5°C) em Saint-Brieuc, 42°C em Nantes ou 42,6°C em Biscarosse, segundo dados a Météo France.
O recorde absoluto deste país, 46 graus centígrados, foi alcançado em 28 de junho de 2019 em Vérargues (Sul).
Cerca de 8.000 pessoas foram hoje retiradas preventivamente em dois distritos de La Teste-de-Buch (sudoeste), cidade na bacia turística de Arcachon, afetada por um grande incêndio durante vários dias, à beira do rio Atlântico, revelou a autarquia.
O responsável dos bombeiros de Gironde, Marc Vermeulen, registou a existência de incêndios "fora do padrão" e sublinhou que se observaram fenómenos inéditos, onde "o fogo explode literalmente" e "estouram os troncos de pinheiro de 40 anos".
Noutra região afetada, Landiras, no sul do Gironde, cerca de 8.000 pessoas também tiveram hoje que deixar suas casas.
Mais de 15.500 hectares de vegetação já foram queimados naquele departamento e cinco parques de campismo foram evacuados nos últimos dias, afetando cerca de 6.000 turistas.
No Reino Unido, os termómetros registaram 38,1 graus centígrados no leste de Inglaterra, a temperatura mais alta este ano e a terceira alguma vez registada.
Pela primeira vez, a British Health Security Agency emitiu um alerta de nível 4, o nível mais alto, que corresponde a uma emergência nacional, alertando para os riscos que o calor representa mesmo para os jovens e saudáveis.
De resto, as temperaturas mais altas para o Reino Unido são esperadas para terça-feira e podem ultrapassar o limite de 40 graus centígrados pela primeira vez no país.
O recorde data de 25 de julho de 2019, com os 38,7 graus registados em Cambridge, no leste da Inglaterra.
Algumas escolas vão continuar encerradas, sendo também esperadas grandes interrupções no transporte.
Hoje, o País de Gales já superou o seu recorde com 37,1 graus centígrados, e em Kew Garens, Londres, foram registados 37,5 graus.
Esta onda de calor levou ainda à suspensão do tráfego no aeroporto de Luton, em Londres, devido aos danos provocados sobre uma parte da pista devido às temperaturas elevadas.
Na Península Ibérica, além de Portugal, também Espanha foi afetada pela onda de calor, com temperaturas acima dos 40 graus centígrados, que resultou em vários incêndios que já devastaram dezenas de milhares de hectares.
Hoje, quase todo o território espanhol permaneceu em alerta de incêndio de "risco extremo", o mais alto.
"As alterações climáticas matam pessoas (...) mas também o nosso ecossistema, a nossa biodiversidade", destacou na segunda-feira o chefe do governo espanhol, Pedro Sanchez.
Incêndios violentos mataram um pastor no noroeste da Espanha, a segunda morte depois de um bombeiro, na mesma área, no domingo.
Os Países Baixos registaram hoje o seu dia mais quente do ano até agora, com a temperatura a atingir os 35,4 graus na cidade de Westdorpe, no sudoeste. Esta terça-feira, as temperaturas podem chegar aos 39 graus no sul e centro.
A Bélgica também teme recordes de calor nesta terça-feira, pois o termómetro pode ultrapassar os 40 graus centígrados em alguns locais, segundo o Instituto Real de Meteorologia (IRM).
Os horários foram reorganizados para certas atividades expostas ao calor.
Cerca de metade do território da União Europeia enfrenta atualmente um risco de seca devido à prolongada falta de precipitação, o que expõe países como França, Roménia, Espanha, Portugal e Itália a um provável declínio nos rendimentos das colheitas, segundo a Comissão Europeia.
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