A página de Internet da National Highways alertou para engarrafamentos de trânsito de até 15 quilómetros e filas de uma hora após os ativistas terem invadido a autoestrada M25, o que levou a uma acção policial.
"Acabámos de ter temperaturas de 40 graus [Celsius], o que temos vindo a prever há décadas. Talvez esteja a acontecer um pouco mais depressa, mas apenas mostra como o governo não está preparado para as alterações climáticas e é óbvio que não podemos continuar assim", disse um porta-voz do grupo Just Stop Oil, que faz campanhas para o fim da exploração de combustíveis fósseis.
Na terça-feira, pela primeira vez no Reino Unido, a temperatura subiu acima dos 40 graus Celsius, com 40,2°C no aeroporto de Heathrow, no oeste de Londres, e 40,3°C em Coningsby, uma aldeia no nordeste de Inglaterra.
O aumento das ondas de calor é uma consequência directa da crise climática, segundo os cientistas, uma vez que as emissões de gases com efeito de estufa aumentam a sua intensidade, duração e frequência.
Devido ao calor sem precedentes, registaram-se grandes perturbações nos transportes britânicos, que não estão adaptados para fazer face a tais temperaturas, e vários incêndios deflagraram.
Dezasseis bombeiros ficaram feridos enquanto enfrentavam um incêndio na aldeia de Wennington, no leste de Londres. O incêndio espalhou-se por uma área de 40 hectares, incluindo casas, edifícios agrícolas e garagens.
"Ontem (terça-feira) foi o dia mais movimentado para os bombeiros de Londres desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou o Presidente da Câmara Municipal de Londres Sadiq Khan à estação Sky News, apelando aos britânicos para se manterem vigilantes apesar da queda das temperaturas.
Khan também acusou os candidatos conservadores para suceder ao primeiro-ministro, Boris Johnson, de ignorar o "elefante na sala" das alterações climáticas, um assunto que tem sido pouco discutido na campanha.
Ativistas ambientais do grupo Extinction Rebellion já tinham protestado na terça-feira, partindo janelas nos escritórios do grupo News UK, que publica o tablóide The Sun, contra a desvalorização da onda de calor em alguns meios de comunicação social.
"O The Sun escolheu colocar imagens de mulheres em biquinis, praias e crianças felizes com gelado na primeira página", reclamou o grupo.
Outro tablóide, Daily Express, tinha como manchete na segunda-feira: "Não é o fim do mundo, mantenham a calma e façam a vida normal".
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