"Como presidente, tenho a responsabilidade de agir com urgência quando a nossa nação enfrenta um perigo claro", realçou o chefe de Estado norte-americano, enquanto visitava uma antiga central de carvão em Massachusetts que brevemente irá fabricar tecnologia que permite levar eletricidade de parques e torres eólicas 'offshore' para as cidades.
A medida faz parte de um conjunto de ações executivas perante a crise climática, que Biden foi forçado a tomar depois do senador democrata Joe Manchin se ter recusado a aprovar na semana passada um ambicioso pacote legislativo que incluía biliões de dólares em 'investimentos verdes'.
"Já que o Congresso não vai lidar com essa emergência, eu vou", assegurou Joe Biden durante o seu discurso, em que focou as oportunidades económicas que a transição energética trará ao país.
Os fundos serão usados para "ajudar as comunidades a aumentar a sua resiliência perante um amplo conjunto de efeitos do clima, incluindo ondas de calor, que são particularmente proeminentes", explicou aos jornalistas um alto funcionário do governo norte-americano.
Além dos recursos, que serão processados através da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA), a Casa Branca ampliará o programa de assistência energética para famílias com baixos rendimentos, que anteriormente apenas servia para fornecer ajuda de aquecimento no inverno.
A ampliação deste programa fará com que as comunidades mais vulneráveis possam aproveitar essa ajuda para financiar a instalação de ar condicionado, e os estados poderão construir "centros de refrigeração" para que os cidadãos se possam refrescar.
Além disso, as autoridades vão habilitar uma nova área para construir parques eólicos 'offshore' no Golfo do México, que se juntarão às costas já habilitadas no noroeste do país, e irão promover ainda a construção de parques eólicos na costa nordeste.
O anúncio de Biden surge num momento em que a Europa enfrenta uma onda de calor histórica que está a estabelecer novos máximos de temperatura no Reino Unido e a contribuir para incêndios florestais de grande dimensão em Portugal, Espanha e França.
O governo norte-americano destacou esta terça-feira que os novos máximos de temperatura registados na Europa demonstram a necessidade de ação climática, comprometendo-se a "fazer a sua parte" apesar das contrariedades a nível legislativo e judicial nos Estados Unidos.
Depois de derrotar Donald Trump, cético sobre alterações climáticas, nas eleições presidenciais de 2020, Biden estabeleceu novas ambições nesta área para os Estados Unidos, a maior economia do mundo e o segundo maior emissor de gases de efeito estufa.
Os Estados Unidos disseram que reduzirão as suas emissões de gases de efeito estufa em 50% a 52% até 2030, em comparação com 2005.
O enviado da Casa Branca para as alterações climáticas, John Kerry, referiu à AFP que o seu país está determinado a cumprir as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, apesar de uma recente decisão desfavorável do Supremo Tribunal.
"Estamos determinados a atingir os nossos objetivos. Podemos atingi-los", declarou em 02 de julho, um dia depois do muito conservador Supremo Tribunal ter decidido limitar fortemente o poder do Estado federal na luta contra o aquecimento global.
Os cientistas garantem que já faltam poucos anos para se conseguirem evitar a subida do aquecimento para níveis tais cujas consequências anunciam dramáticas.
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