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Banco Central da África do Sul aumenta taxa de juro de referência

O Banco de Reserva da África do Sul decidiu hoje aumentar a taxa de juro diretiva para 5,5% devido à pandemia de covid-19 e à guerra na Ucrânia, num período de inflação alta e fraco crescimento económico global.

Banco Central da África do Sul aumenta taxa de juro de referência
Notícias ao Minuto

18:37 - 21/07/22 por Lusa

Economia África do Sul

"O MPC [Comité de Política Monetária] decidiu aumentar a taxa de recompra em 75 pontos base para 5,50% ao ano, com efeito a partir de 22 de julho de 2022", anunciou o governador Lesetja Kganyago.

A nova taxa de juro de referência, conhecida na África do Sul com taxa "repo rate", representa o maior aumento em dez anos e é usada pelo Banco Central no empréstimo de fundos a bancos comerciais em caso de déficit, sendo um instrumento das autoridades monetárias para controlar a inflação.

O anúncio, feito um dia após a divulgação da inflação de junho na África do Sul, que subiu para 7,4%, o valor mais elevado nos últimos 13 anos - impulsionada principalmente pelos preços da alimentação, transporte e habitação -, é o quarto aumento consecutivo da taxa de referência do Banco Central, face também à forte desaceleração da economia sul-africana.

Em comunicado, a que a Lusa teve acesso, o governador do Banco de Reserva da África do Sul (SARB, na sigla em inglês) referiu que "na sequência da pandemia de covid-19 e do agravamento das tensões geopolíticas mundiais, a economia global entrou num período de inflação persistentemente alta e de fraco crescimento económico".

Kganyago considerou que "muitas economias em desenvolvimento ainda precisam de recuperar totalmente da pandemia", salientando que "as condições económicas globais permanecem frágeis".

"A guerra da Rússia na Ucrânia continuará a afetar a produção e o comércio amplo de energia, alimentos e de outras 'commodities'. O fornecimento de energia à Zona Euro é limitado à medida que o inverno se aproxima, e provavelmente reduzirá o crescimento neste ano e no próximo", frisou.

"Com a rápida inflação e retirada de estímulos políticos, os Estados Unidos também experimentarão um crescimento económico mais lento. A recuperação da China do surto de covid-19 e o resultado dos confinamentos permanece incerto. A tão necessária retoma das viagens internacionais e o turismo levará tempo para gerar grandes benefícios", adiantou.

Lesetja Kganyago adiantou que no ano passado a economia sul-africana expandiu cerca de 4,9%, estimando um crescimento de cerca de 2%, revisto em alta de 1,7%, este ano.

"A economia deve crescer cerca de 1,3% em 2023 e de 1,5% em 2024, abaixo da projeção anterior de 1,9% para ambos os anos", adiantou.

O banco central estimou em 6,5% a inflação (de 5,9%) para o corrente ano na África do Sul.

De acordo com o comunicado, o banco central sul-africano prevê que as condições económicas e financeiras "continuem a ser mais voláteis para o futuro previsível".

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