"Nós [húngaros] não queremos tornar-nos numa raça mista", diz Orbán

Declarações causaram indignação entre deputados da oposição e eurodeputados.

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© Luka Dakskobler/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Ema Gil Pires
25/07/2022 10:36 ‧ 25/07/2022 por Ema Gil Pires

Mundo

Hungria

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, causou alguma indignação entre deputados da oposição e eurodeputados após ter criticado a "mistura" entre povos europeus e de outras origens, reporta a Sky News.

"Nós [húngaros] não somos uma raça mista... e não queremos tornar-nos numa raça mista", disse o governante da extrema-direita, durante um discurso proferido no sábado. 

Em declarações proferidas no contexto de um discurso anual de apresentação em Baile Tusnad, no centro da Roménia, Viktor Orbán afirmou que "o Ocidente está dividido em dois" e que metade dele é composto por países onde europeus e outros povos se misturam. "Esses países já não podem ser chamados de nações", considerou, a este propósito.

Na sua perspetiva, esses Estados "continuam a lutar contra a Europa Central", de forma a que os Estados que a compõem se tornem "como eles". "Num sentido espiritual, o Ocidente mudou-se para a Europa Central", apontou ainda.

Em causa estão declarações que entraram em desacordo com as visões do eurodeputado romeno Alin Mituta, que publicou na rede social Twitter: "É uma vergonha ouvir as referências a pureza étnica no recente discurso de Viktor Orbán na Roménia. A Europa Central e Oriental é um lugar tão rico e diversificado culturalmente e é essa a beleza do mesmo".

Também Katalin Cseh, uma deputada do partido Momentum, da oposição húngara, se posicionou contra as palavras do primeiro-ministro do país e criticou a postura dos líderes do bloco europeu face a estas declarações. "Sinceramente, espero que o silêncio dos líderes da UE sobre este terrível surto racista seja apenas temporário", afirmou na mesma rede social.

Até ao momento, nem a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, nem o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrel, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, comentaram o assunto.

Leia Também: Orbán vaticina que Kyiv "nunca ganhará" e que só haverá paz em 2024

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