Trocas comerciais entre China e Angola aumentaram 42% em 2021

As trocas comerciais entre a China e Angola tiveram um crescimento de 42% em 2021, em termos homólogos, atingindo 23,35 mil milhões de dólares (22,78 mil milhões de euros), anunciou, esta quinta-feira, o embaixador chinês em Luanda.

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Lusa
04/08/2022 21:08 ‧ 04/08/2022 por Lusa

Economia

China

Segundo Gong Tao, as trocas comerciais chegaram já aos 14,42 mil milhões de dólares (14,06 mil milhões de euros) no primeiro semestre deste ano, afirmando que o comércio se mantém a bom ritmo nos primeiros seis meses de 2022, com aumento homológo de 33%, continuando a China a ser o principal parceiro económico de Angola.

O diplomata revelou que está em negociação a isenção de tarifas alfandegárias para as exportações angolanas para a China, que são liderados pelo petróleo, seguindo-se as rochas ornamentais.

Segundo o embaixador, em maio partiu para a China um cargueiro transportando 50.000 toneladas de granito tendo como destino a China, que importa também outros minerais, alumínios e cobre e produtos derivados.

Já do lado chinês são exportados eletrodomésticos, máquinas e equipamentos, bem como veículos, com os carros chineses a terem boa aceitação no mercado angolano, disse Gong Tao.

O diplomata chinês destacou que o objetivo é reforçar a cooperação e facilitar o comércio, lembrando que há cerca de dois meses foi assinado um acordo de transporte aéreo de carga, criando a rota Changsha/Luanda/São Paulo (China/Angola/Brasil).

"A China está otimista quanto ao desenvolvimento económico de Angola", frisou Tao, acrescentando que a parte chinesa está "de braços abertos para ajudar no transporte de mercadorias" e para que haja mais escolhas nos transportes de produtos chineses e angolanos.

"Angola está a ter um crescimento económico e a China com a sua população de 1.400 milhões de habitantes é cada vez mais um mercado de consumo atraente", reforçou.

Apresentou também números relativos ao investimento, salientando que entre 2018 e 2021 foram apresentados 24 projetos de investimento de empresas chinesas no valor de 225 milhões de dólares, com a China a ocupar o terceiro lugar no 'ranking' de investimento estrangeiro em Angola.

O embaixador chinês apontou as oportunidades para o reforço da cooperação na celebração do 40.º aniversário das relações diplomáticas China-Angola, em 12 de janeiro de 2023, e sublinhou que quando a paz foi restabelecida em Angola, há 20 anos, foi a China que "rapidamente estendeu as suas mãos" para ajudar na reconstrução do país africano.

Elencou as infraestruturas que a parte chinesa ajudou a construir (mais de 2.800 quilómetros de caminhos de ferro, 100 mil fogos de habitação, 20.000 quilómetros de estradas, escolas, hospitais, barragens, portos) para demonstrar que a cooperação tem tido benefícios mútuos e salientou que a China "soube compreender as dificuldades da parte angolana" e adotar uma moratória da dívida, que ascende atualmente a 21,4 mil milhões de dólares durante a fase de pandemia de covid-19.

Assinalou igualmente que nos últimos cinco anos as relações bilaterais tiveram avanços em todos os domínios, com encontros e conversas telefónicas entre os dois chefes de Estado, João Lourenço e Xi Jinping, que permitiram alcançar "importantes consensos", considerando que a parceria com Angola é um modelo da cooperação China-África.

Questionado sobre as queixas de discriminação e conflitos entre trabalhadores angolanos e empresas chinesas sublinhou que as empresas chinesas são encorajadas a dar "bom tratamento aos seus trabalhadores sejam chineses, sejam angolanos ou de outra nacionalidade".

Gong Tao disse ainda que visitou, há cerca de três semanas, a barragem de Caculo Cabaça, onde em maio eclodiu um confronto que levou à morte de, pelo menos, dois trabalhadores, para se inteirar das relações laborais com os sindicatos, que considerou fundamentais para ter "confiança" e "boa relação de trabalho".

Garantiu ainda que a China está empenhada na transferência de conhecimento e tecnologia para Angola, dando como exemplo, a Huawei que criou em Luanda um 'Office park' com centros de formação e investigação.

Leia Também: Angola e China mantêm boas relações e vão manter-se após a votação

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