Reino Unido avisa para movimentações russas no sul da Ucrânia

Os russos estarão a preparar-se para uma contraofensiva ucraniana na cidade portuária.

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Hélio Carvalho
06/08/2022 08:40 ‧ 06/08/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Ucrânia/Rússia

No relatório diário apresentado através do Twitter, o Ministério da Defesa do Reino Unido antecipa este sábado que as Forças Armadas Russas estão a preparar-se para uma contraofensiva no sul da Ucrânia - uma contraofensiva que já foi ameaçada várias vezes por Zelensky, que quer retomar a Crimeia.

Segundo os serviços secretos britânicos, foram vistas "longas filas" de vários veículos militares russos, desde o Donbass, de Mariupol, da Rússia e de outras zonas ocupadas, até ao sudoeste do país.

"Equipamento também foi visto a ser movimentado das ocupadas Melitopol, Berdiansk, Mariupol e da Rússia-mãe, através da ponte de Kerch para a Crimeia", acrescenta o relatório.

De recordar que a cidade de Kherson, uma importante cidade portuária no sul da Ucrânia, foi tomada rapidamente nos primeiros dias da guerra. Desde então, os russos têm suprimido qualquer dissidência na região e tentaram criar referendos falsos para anexar oficialmente a cidade.

O Reino Unido também alerta para a presença de "batalhões táticos russos, que são compostos por entre 800 e 1.000 tropas" na Crimeia, e que "provavelmente serão usados para apoiar as tropas russas na região de Kherson", onde se antecipa uma contraofensiva ucraniana.

Além disso, os serviços de inteligência britânicos olham para a Ucrânia, e acreditam que a resistência esteja focada "em atingir pontes, depósitos de armas e ligações ferroviárias com maior frequência nas regiões do sul, incluindo através dos ataques a ferrovias estrategicamente importantes que ligam Kherson à Crimeia ocupada pelos russos, quase certamente tentando que os efeitos da combinação de bloqueios, danos, degradação, destruição e disrupção afetem a capacidade logística da Rússia.

O relatório de hoje concluiu que "a guerra da Rússia na Ucrânia está prestes a entrar numa nova fase, com o combate mais intenso a mudar-se para uma linha da frente com aproximadamente 350 quilómetros, estendendo-se de sudoeste a partir de Zaporizhzia até Kherson, em paralelo com o Rio Dnieper.

A guerra na Ucrânia já fez mais de 5.300 mortos entre a população civil, segundo os dados mais recentes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o número real de mortos deverá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar os mortos em regiões sitiadas ou controladas pelos russos - em Mariupol, por exemplo, estima-se que tenham morrido milhares de pessoas.

Leia Também: Governador de Kherson diz que forças ucranianas retomaram 46 localidades

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