Segundo a agência noticiosa Associated Press (AP), ainda não é clara a causa do atraso, sendo que o 'site' Marine Traffic, que monitoriza o tráfego de navios e a localização dos navios no mar, mostrou o Razoni, com bandeira da Serra Leoa, fundeado no Mar Mediterrâneo, perto da Turquia.
O ministro dos Transportes do Líbano, Ali Hamie, afirmou, via Twitter, que o navio "que deveria, de acordo com os rumores, chegar ao porto de Trípoli, no Líbano", mudou o seu 'status'.
Questionado pela AP, o governante escusou-se a mais comentários sobre a questão.
O navio Razoni deixou Odessa, na segunda-feira, transportando milho ucraniano e deveria chegar ao porto norte de Trípoli por volta das 10:00 (locais, menos uma hora em Lisboa) de hoje.
De acordo com o Marine Traffic, no sábado, o navio alterou o seu 'status' para "encomenda", o que significa que está à espera que alguém compre o milho.
A embaixada ucraniana em Beirute disse que a chegada do navio foi adiada, acrescentando que serão dadas mais informações quando se souber "o dia e a hora exata da chegada do navio".
O Líbano está a ser afetado por uma crise de segurança alimentar, devido à alta inflação de preços e escassez de trigo.
O Razoni transporta cerca de 26.000 toneladas de milho para alimentação de galinhas.
O navio foi o primeiro a sair da Ucrânia, sob um acordo intermediado pela Turquia e pelas Nações Unidas, com a Rússia e a Ucrânia, para criar corredores marítimos seguros no Mar Negro para exportar os produtos agrícolas da Ucrânia.
A pior crise económica do Líbano na história moderna, que começou no final de 2019, deixou três quartos da população na pobreza, enquanto a libra libanesa perdeu mais de 90% do seu valor.
O colapso económico, com raízes em décadas de corrupção e má gestão, foi agravado por uma explosão maciça em agosto de 2020 que destruiu o porto de Beirute e os principais silos de cereais do país.
As autoridades libanesas disseram, na semana passada, que o Razoni deveria ter deixado a Ucrânia em 24 de fevereiro, mas a partida foi adiada pela guerra que eclodiu dias depois.
Na sexta-feira, mais três navios com milhares de toneladas de milho deixaram os portos ucranianos e mais quatro navios com cargas agrícolas retidos receberam hoje autorização para deixar os portos do país.
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