A agência noticiosa oficial Emirati WAM informou que o tribunal também impôs uma multa de cinco milhões de dirhams (cerca de 1,361 milhões de dólares) e ordenou a confiscação de todos os "fundos sujeitos à infração", sem dar mais pormenores.
A modificação da sentença contra Asim Ghafoor, antigo advogado de Khashoggi, o dissidente saudita morto em Istambul em 2018, deve-se à "receção de um pedido de assistência judicial das autoridades norte-americanas em relação a investigações" que estão a conduzir sobre delitos fiscais cometidos pelo arguido nos EUA.
A WAM observou também que os EUA "solicitaram inquéritos sobre as contas bancárias" nas quais o advogado teria alegadamente depositado fundos de transações ilegais.
As autoridades judiciais reiteraram que Ghafoor cometeu um "crime de branqueamento de capitais" nos Emirados Árabes Unidos depois de ter efetuado várias transferências internacionais sem fornecer provas da origem do dinheiro.
O processo contra Ghafoor, um cidadão norte-americano, foi iniciado no país árabe a pedido das autoridades norte-americanas, de acordo com a WAM.
Ghafoor foi condenado em meados de julho, pouco depois de ter sido detido no Aeroporto Internacional de Abu Dhabi quando estava num voo de escala para Istambul.
Na altura, a Democracy Now for the Arab World (DAWN), uma organização fundada por Khashoggi, disse que a detenção parecia ser "uma condenação por motivos políticos à revelia" e apelou ao Presidente dos EUA, Joe Biden, para cancelar uma reunião planeada com autoridades dos Emirados durante uma visita à Arábia Saudita.
A detenção ocorreu numa altura politicamente sensível, quando Biden estava na sua primeira visita como presidente à Arábia Saudita, onde se encontrou com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a quem culpou pela morte de Khashoggi por agentes sauditas no consulado do seu país em Istambul, em 2018.
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