"Os grupos armados que as nossas forças de segurança estão a combater na zona rural de Latakia pertenciam ao criminoso de guerra Suhayl al-Hassan, que cometeu os piores massacres contra o povo sírio", indicou o responsável de segurança desta região costeira, citado pela agência noticiosa estatal.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), sediado em Londres e que mantém uma vasta rede de colaboradores no país, as autoridades dispararam hoje tiros de helicóptero contra homens armados, depois de um membro das forças de defesa ter sido morto na região de Latakia.
"Helicópteros sírios dispararam contra combatentes na aldeia de Beit Aana e nas florestas vizinhas, além de fogo de artilharia contra uma aldeia vizinha", descreveu a organização não-governamental.
A Sana informou que "homens armados dispararam contra elementos e veículos do Ministério da Defesa perto da aldeia, matando um [do lado das forças de segurança] e ferindo vários".
De acordo com a agência France Presse (AFP), os líderes alauitas, a minoria religiosa a que pertence Assad, apelaram para "manifestações pacíficas" após os ataques de helicópteros contra os grupos armados.
Hoje de manhã, o OSDH já tinha elevado para 15 o número de mortos em Daraa, no sul do país, numa série de confrontos entre as forças de segurança das novas autoridades de Damasco e grupos ligados ao antigo regime de Bashar al-Assad, que foi deposto em dezembro de 2024.
O Observatório adiantou que entre os mortos estão um civil, oito elementos das forças de segurança e seis membros de uma milícia leal a al-Assad, que fugiu para a Rússia após uma ofensiva em grande escala de uma aliança de grupos jihadistas e rebeldes liderada pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS).
A organização indicou que foram confirmadas as mortes de dois membros de um grupo liderado por Mohsen al-Hamid, um antigo agente dos serviços de informação militar de al-Assad.
Segundo o OSDH, os combates começaram após as negociações entre as partes terem falhado e de os militantes se recusarem a render-se, acrescentando que al-Hamid conseguiu escapar de onde aparentemente estava cercado, mas Damasco não comentou o assunto.
Os confrontos ocorreram na cidade de al-Sanmin, a norte de Daraa, e eclodiram no início desta semana depois de as autoridades sírias terem enviado forças para realizar uma operação de segurança contra "remanescentes" do antigo regime, informou o portal de notícias local Daraa 24.
O regime de Assad, que travava há quase 14 anos uma guerra civil com movimentos de oposição, colapsou em resultado de uma operação militar relâmpago de uma coligação de grupos armados rebeldes, encabeçada pela HTS, cujo líder, Ahmed al-Charaa, é o atual Presidente sírio.
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