Al Green, um legislador do Texas de 77 anos, levantou-se e protestou quando Trump assumia o crédito por "inaugurar a maior e mais bem-sucedida era da história" do país e pelos cortes governamentais que tem feito.
Apesar de ter recebido ordem para se sentar, Al Green persistiu e acabou expulso da sessão.
O congressista republicano Dan Newhouse apresentou a resolução, que contou com a adesão de 10 democratas para censurar o seu colega sem quaisquer sanções adicionais.
"Decoro e disciplina são os fundamentos institucionais de como conduzimos os nossos trabalhos no Congresso dos Estados Unidos e o desrespeito total por essa norma no discurso do Presidente Trump é inaceitável", advogou Dan Newhouse.
Numa entrevista hoje à Fox News Digital, Donald Trump chamou Al Green de "tolo" e "palhaço".
"Al Green deveria ser forçado a fazer um teste de QI [Quociente de Inteligência]", acrescentou o chefe de Estado.
Além da interrupção do congressista do Texas, os democratas expressaram a sua oposição ao discurso do magnata republicano deixando a câmara prematuramente ou elevando pequenos cartazes sempre que Trump fazia alguma afirmação.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, acusou os democratas na quarta-feira de se tornarem "o partido da insanidade e do ódio".
Nos últimos anos, autoridades republicanas eleitas - e em particular as mais conservadoras - já haviam rompido com o decoro tradicional dos discursos presidenciais no Congresso, interrompendo o ex-presidente Joe Biden em voz alta várias vezes.
Para os críticos do Partido Democrata, o episódio de terça-feira com Al Green ilustrou a falta de uma mensagem e estratégia claras da oposição para lidar com Donald Trump.
O senador democrata da Pensilvânia John Fetterman lamentou as demonstrações de oposição dos seus colegas de partido durante o discurso, classificando-as de "uma triste cavalgada de autodomínio e petulância descontrolada".
"Isso só faz Trump parecer mais presidencial e contido", escreveu Fetterman na plataforma X.
Antes da votação para sancioná-lo, Al Green disse aos repórteres que não estava preocupado em "sofrer as consequências" das suas ações, que, segundo ele, tinham a intenção de destacar possíveis cortes republicanos em programas de saúde pública para norte-americanos com baixos rendimentos.
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