O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, como "governador" e acusou-o de usar a questão das taxas sobre as importações norte-americanas "para se manter no poder".
"Justin Trudeau, do Canadá, telefonou-me para perguntar o que poderia ser feito em relação às tarifas", afirmou Trump na Truth Social, anunciando, assim, a primeira conversa entre os dois líderes desde o início da "guerra comercial".
Na publicação, o presidente dos Estados Unidos adiantou que disse a Trudeau que "muitas pessoas morreram devido ao fentanil que entrou pelas fronteiras do Canadá e do México" e que nada "o convenceu de que tenha parado".
Ainda assim, a chamada "terminou de uma forma ‘algo’ amigável", mas o primeiro-ministro canadiano não adiantou com uma data para as eleições do Canadá, apesar de se ter demitido do cargo no início do ano.
Justin Trudeau, que anunciou a demissão no início de janeiro, deverá deixar o cargo dentro de alguns dias, após a eleição do seu substituto, no domingo.
"Tipo, o que é que se passa aqui? Percebi então que ele está a tentar usar esta questão para se manter no poder. Boa sorte, Justin!", acusou Trump.
O presidente norte-americano acrescentou que disse "ao governador Justin Trudeau do Canadá" que "ele causou em grande parte os problemas" devido às "suas fracas políticas de fronteiras, que permitiram a entrada de enormes quantidades de fentanil e de estrangeiros ilegais nos Estados Unidos".
Sublinhe-se que o facto de Trump se referir a Trudeau como "governador" aprofunda o tratamento do Canadá como o 51.º estado dos Estados Unidos, uma ideia que tem sido abordada pelo republicano ao longo dos últimos meses.
O primeiro-ministro do Canadá anunciou na terça-feira a imposição de tarifas de 25% sobre as importações dos EUA em resposta à "guerra comercial" desencadeada por Trump.
As declarações de Trudeau surgem depois de a administração Trump ter imposto tarifas de 25% sobre as importações de produtos canadianos, no âmbito da nova política comercial da Casa Branca, que suscitou críticas internacionais generalizadas.
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