As famílias dos soldados norte-coreanos que forem capturados em combate contra a Ucrânia serão executadas, denunciaram antigos soldados das forças armadas de Pyongyang à ABC News.
Este é apontado como o motivo para que a maioria dos soldados norte-coreanos esteja a tirar a própria vida antes de serem capturados - foi-lhes disto que as suas famílias seriam executadas caso fossem apanhados vivos.
"A maioria dos soldados mata-se antes de serem mortos pelo inimigo. É uma vergonha ser capturado", disse Ryu Seong-hyeon, que desertou para a Coreia do Sul em 2019, após atravessar um campo minado na zona desmilitarizada que separa o Norte do Sul.
"Se os soldados forem capturados e derem informações ao inimigo, as suas famílias serão castigadas, irão para um campo de prisioneiros políticos ou, pior ainda, serão executados à frente do povo", disse outro desertor norte-coreano, identificado como Pak Yusung.
Tal como já tinha sido descrito pelas forças de Kyiv, os antigos soldados também sugeriram que os norte-coreanos, na guerra da Ucrânia, têm tido dificuldade em adaptar-se ao campo de batalha moderno, acreditando que a maioria dos soldados nunca terá visto um drone na vida.
"Antes de partirem, não têm qualquer prática de defesa contra um drone ou de luta contra os ucranianos, e é por isso que morrem como cães", disse Ryu. "Não têm a capacidade, a língua ou a informação", acrescentou.
De realçar que os serviços secretos sul-coreanos também afirmaram que a Coreia do Norte deu instruções claras aos soldados para que se suicidassem para evitarem ser capturados vivos.
Ryu e Pak afirmam também que os soldados norte-coreanos acreditam que estão a matar norte-americanos. "Desde tenra idade que lhes é dito que devem odiar os 'lobos' americanos, e agora dizem-lhes que estão finalmente a matar americanos", disseram.
Estima-se que Pyongyang tenha enviado mais de 12.000 soldados para a Rússia para lutar na guerra da Ucrânia. O número de baixas entre as fileiras das forças norte-coreanas já terá ultrapassado as 3.000, incluindo cerca de 300 mortos e 2.700 feridos.
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