A Sérvia tem sido abalada desde novembro por protestos liderados por estudantes, que também paralisaram a maioria das faculdades do país.
A aprovação da nova lei ainda não agrada totalmente aos estudantes, que marcaram já mais uma greve para 15 deste mês.
O movimento de protesto foi desencadeado pelo drama da estação ferroviária de Novi Sad (norte), onde, a 01 de novembro, 15 pessoas morreram devido à queda de uma cobertura de betão, poucos meses depois de o edifício ter sido renovado.
Proposta pelo Governo, a lei foi aprovada com o voto favorável de todos os 166 deputados presentes na sessão, que foi boicotada pela maioria dos deputados da oposição.
"Espero que agora possamos retomar as aulas", declarou a Presidente do Parlamento, Ana Brnabic, após a votação.
Terça-feira, a sessão parlamentar foi perturbada por deputados da oposição que criaram o caos acendendo foguetes e lançando bombas de fumo dentro da própria assembleia, onde um deles descarregou um extintor de incêndio. Três deputadas ficaram feridas, uma delas com gravidade.
O texto aprovado prevê um aumento do orçamento anual das universidades de 12.000 milhões de dinares (cerca de 102 milhões de euros), ou seja, de 20%, e prevê uma outra verba de cerca de 6.000 milhões de dinares (cerca de 51 milhões de euros) para uma subida de 16% dos salários dos funcionários do ensino superior, tal como tinha declarado terça-feira o ministro das Finanças sérvio, Sinisa Mali.
As taxas de inscrição serão igualmente reduzidas em 50%.
"Ao aprovar estas alterações, estamos a responder à quarta exigência dos estudantes", afirmou hopje Sinisa Mali aos deputados.
Numa tentativa de acalmar a ira dos estudantes e satisfazer as suas quatro exigências, o Governo publicou milhares de documentos relacionados com a renovação da estação ferroviária de Novi Sad. O Presidente sérvio, Alexander Vucik, perdoou os manifestantes detidos durante as manifestações.
Sob a pressão das manifestações, o primeiro-ministro sérvio, Milos Vucevic, apresentou a demissão no final de janeiro, que deverá ser ainda ratificada pelo Parlamento.
Os estudantes pedem também que sejam processados os funcionários do partido no poder que, segundo eles, agrediram os manifestantes.
Os alunos afirmam que as autoridades não responderam cabalmente a nenhuma das suas exigências e anunciaram, entretanto, nova manifestação para 15 de março.
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