O corpo de José Eduardo dos Santos, governador de Angola de 1979 a 2017, que morreu aos 79 anos no dia 8 de julho, em Barcelona, Espanha onde passou muito tempo nos últimos cinco anos, encontra-se já a caminho de Luanda, devendo chegar na tarde deste sábado, informou o governo do país em comunicado.
"O executivo angolano torna público que chegam na tarde deste sábado a Luanda os restos mortais do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, falecido no passado dia 8 de julho em Barcelona, Reino de Espanha", pode ler-se no documento onde é ainda referido que "a data e o programa das exéquias serão oportunamente comunicados".
Segundo a SIC Notícias, o funeral deverá ocorrer depois das eleições em Angola. Até agora, estava ainda por decidir a data e local do funeral do líder histórico do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), devido à discordância entre a viúva Ana Paula dos Santos e os seus três filhos em comum com o político - que defendem que as cerimónias fúnebres deverão ter lugar em Luanda - e Tchizé e os irmãos mais velhos - que pretendiam que o corpo fosse enterrado em Barcelona, Espanha.
Na sexta-feira, o tribunal de Barcelona aceitou, segundo a CNN Portugal, o recurso da filha de José Eduardo dos Santos Tchizé e decidiu suspender a entrega dos restos mortais do ex-presidente de Angola à ex-mulher.
De recordar que Tchizé dos Santos apresentou, na quinta-feira, recurso da decisão judicial que entrega o corpo do pai à ex-mulher ao argumentar que o processo é civil e não criminal, não sendo certo se alguma das partes interessadas chegou a apresentar alegações por escrito. "O processo atual não é, nem pode ser, o local apropriado para decidir o destino dos restos mortais do sr. dos Santos, ao invés, o direito civil é o apropriado e deve ser utilizado para determinar quem tem legitimidade para receber os restos mortais do falecido e para decidir sobre o local de sepulcro", explicou.
A trasladação do corpo do antigo chefe de Estado angolano ocorre em pleno período de campanha para as eleições, onde o atual Presidente, João Lourenço, que sucedeu a José Eduardo dos Santos em 2017, procura a reeleição.
Mais de 14 milhões de angolanos, incluindo residentes no estrangeiro, estão habilitados a votar em 24 de agosto, na que será a quinta eleição da história de Angola.
Os 220 membros da Assembleia Nacional angolana são eleitos por dois métodos: 130 membros de forma proporcional pelo chamado círculo nacional, e os restantes 90 assentos estão reservados para cada uma das 18 províncias de Angola, usando o método de Hondt e em que cada uma elege cinco parlamentares.
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