A Ucrânia celebra hoje os 31 anos da independência, no mesmo dia em que se assinala seis meses de guerra no país, iniciada em 24 de fevereiro pela Rússia.
As autoridades ucranianas disseram que explosões atingiram várias cidades hoje de madrugada, incluindo Kharkiv (nordeste), Zaporijia e Dnipro (centro).
"Vamos continuar a entregar armas (...) e a treinar soldados ucranianos em equipamento europeu de ponta", disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
O Governo alemão anunciou, na terça-feira, que vai entregar novas armas à Ucrânia no valor de 500 milhões de euros, parte das quais em 2023.
Os novos fornecimentos incluem sistemas de defesa antiaérea Iris-T, tanques e lançadores móveis de foguetes, munições e dispositivos antidrones (aeronaves não tripuladas).
"Continuaremos as nossas sanções, daremos apoio financeiro à Ucrânia e ajudaremos a reconstruir cidades e aldeias destruídas", assegurou Scholz, citado pela agência francesa AFP.
Scholz reiterou a sua intenção, anunciada na terça-feira, de organizar "no final de outubro, em Berlim, uma conferência internacional sobre a reconstrução" da Ucrânia.
"A Alemanha apoia firmemente a Ucrânia hoje e enquanto a Ucrânia precisar do nosso apoio", disse.
O primeiro-ministro em exercício de Itália, Mario Draghi, e o Presidente da República, Sergio Mattarella, também expressaram apoio à Ucrânia e apelaram para o fim da guerra.
O Governo italiano "continuará a fornecer apoio político, financeiro, militar e humanitário", disse Draghi numa mensagem citada pela agência espanhola EFE.
O objetivo, referiu, é que a Ucrânia se possa defender da agressão russa e "alcançar uma paz duradoura, em termos que considere aceitáveis".
Draghi também agradeceu o empenho de Kiev no desbloqueio das exportações de cereais através do Mar Negro, que considerou "um primeiro passo importante para garantir a segurança alimentar global".
O acordo sobre os cereais foi celebrado no final de julho, entre a Ucrânia, a Rússia, a Turquia e as Nações Unidas.
Desde 01 de agosto, dezenas de navios transportaram centenas de milhares de toneladas de cereais ucranianos para vários destinos no mundo, através de uma rota de segurança predefinida.
O receio de uma situação de escassez alimentar a nível global é uma das consequências da guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
Em conjunto, segundo a revista britânica The Economist, os dois países fornecem 28% do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol.
Numa mensagem também citada pela EFE, o chefe de Estado italiano, Sergio Mattarella, apelou ao fim imediato da hostilidades para ser possível negociar uma "solução pacífica, justa, equitativa e sustentável para a Ucrânia".
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, desconhecendo-se o custo dos primeiros seis meses de guerra em vidas humanas.
As duas partes têm anunciado baixas que infligem uma à outra, na ordem das dezenas de milhares, evitando mencionar as perdas próprias.
No entanto, na segunda-feira, o chefe militar da Ucrânia, general Valeri Zaluzhnyi, admitiu a morte de cerca de 9.000 soldados ucranianos.
O último balanço referido pela Rússia data de 25 de março, quando Moscovo admitiu 1.341 mortos e 3.825 feridos entre as suas forças.
As estimativas ocidentais de mortos russos variam entre mais de 15.000 e mais de 20.000, mais do que as baixas da União Soviética durante os seus 10 anos de guerra no Afeganistão.
As baixas civis também estão por contabilizar, mas a ONU já confirmou a morte de mais de 5.500 pessoas, alertando, porém, que o balanço será consideravelmente superior.
A guerra também gerou cerca de 12 milhões de refugiados e deslocados internos, segundo a ONU.
A Escola de Economia de Kiev avaliou os prejuízos materiais até agora em 113.500 milhões de dólares (mais de 114.200 milhões de euros, ao câmbio de hoje).
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