Centenas de milhares de Rohingya - uma minoria étnica em Myanmar - fugiram do país para escapar a uma campanha de genocídio lançada pelos militares. Agora, imploram para que a Índia não os deporte de volta.
"Matem-nos, mas não nos deportem para Myanmar", pedem os emigrantes que se recusam a voltar ao seu país até que tenham direitos de cidadania. "O governo da Índia também não nos quer, mas preferimos morrer do que regressar", disseram.
Também o Bangladesh acolhe estes migrantes que não levam uma vida facilitada, as crianças não conhecem outra realidade que não seja viver em campos de refugiados com poucas condições. Contudo, na semana passada, o primeiro-ministro do Bangladesh, Sheikh Hasina, disse à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, que os refugiados devem regressar a Myanmar, relatou a BBC.
Porém, a Organização das Nações Unidas (ONU) diz que não é seguro que o façam por causa do conflito. Em fevereiro de 2021, a junta de Myanmar, acusada de crimes contra os Rohingyas, tomou o controlo do país num golpe militar, o que levou à população a embarcar em viagens perigosas por mar a países como a Malásia e as Filipinas para escapar às atrocidades.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) pediu esta quinta-feira à comunidade internacional medidas urgentes para assegurar uma resposta humanitária aos refugiados rohingya, expulsos há cinco anos de Myanmar e retidos em campos "temporários" sem condições.
Segundo as Nações Unidas, os muçulmanos Rohingya são a maior população mundial sem Estado e sobrevivem em acampamentos insalubres e abrigados em barracas feitas de lonas, chapas de metal e bambu.
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