A tecnologia da "chuva induzida" envolve a utilização de uma aeronave para espalhar produtos químicos nas nuvens, nomeadamente uma mistura de prata, sódio e acetona.
"Foi necessário agir sobre este problema da seca" para ter "muitos mais dias de chuva e ao mesmo tempo aumentar a quantidade de chuva", explicou Katiellou Gaptia Lawan, diretor do departamento de meteorologia do Níger, que está a conduzir a operação com o consórcio maliense Ibi Air.
O responsável, citado pela agência France-Presse, salientou que existem "muitos períodos de seca prolongada no Níger que perturbam o desenvolvimento das culturas e das pastagens".
Segundo Katiellou Gaptia Lawan, estas intervenções devem, portanto, visar áreas de cultivo ou de pastagem.
O oeste do país, incluindo a região de Niamey, beneficiou das primeiras intervenções no início de agosto, após várias semanas sem chuva.
A operação continuará até ao final de setembro, o fim habitual da época das chuvas no Níger.
O clima neste país caracteriza-se por uma longa estação seca que dura de oito a 10 meses e uma curta estação chuvosa de três a quatro meses, entre junho e setembro.
O número de dias de chuva varia de norte para sul, com precipitações anuais que se situam entre menos de 100 milímetros, principalmente no norte, e 700-800 mm.
No entanto, as inundações afetaram recentemente o deserto do norte, em consequência das alterações climáticas, segundo as autoridades nigerinas.
Além da seca em várias regiões, outras são afetadas por graves inundações que mataram 53 pessoas, prejudicaram 87.942 e feriram 74, de acordo com os últimos números oficiais.
Devido à seca e à violência 'jihadista' que tem impedido os agricultores de cultivar os seus campos, o Níger enfrenta este ano uma grave crise alimentar.
De acordo com o Governo, mais de 4,4 milhões de pessoas estão em "grave" carência, o que corresponde a 20% da população.
A taxa de desnutrição aguda entre as crianças pode chegar a 12,5%, excedendo o limiar de emergência de 10% estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Cerca de 80% dos nigerinos vivem da agricultura em pequena escala, que depende fortemente das chuvas, e o país tem mais de 52 milhões de cabeças de gado, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária.
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